Covid-19: Prefeitura de Brusque se manifesta sobre acusação de falta de cuidados com servidores
Setor de Recurso Humanos manifestou sobre pontos levantados em manifestação por Sinseb
Setor de Recurso Humanos manifestou sobre pontos levantados em manifestação por Sinseb
Na tarde desta terça-feira, 28, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque (Sinseb) realizou manifestação em frente a Secretaria de Obras do município. Ato ocorreu após a morte de dois servidores públicos por Covid-19.
O sindicato apura denúncias de irregularidades, pois muitos trabalhadores relataram o descumprimento dos cuidados da Covid-19, como acumular servidores em um mesmo horário e local na Secretaria de Obras.
De acordo com diretora de Recursos Humanos da Prefeitura, Anelise Nagel Ketzer de Souza, a possível aglomeração ocorreria entre os que trabalham turno das 5h às 13h30. Então, o acúmulo de pessoas seria na hora de registar o ponto na saída.
“Porém, tem as demarcações de um metro e meio de distância para permanecerem, como também nos bancos têm avisos para deixar espaçamento. Mas os servidores muitas vezes desrespeitam”, conta.
O Setor teria recebido denúncias de servidores que foram vistos próximos um do outro, sem respeitar as medidas de segurança. “Eles colocam as mochilas nos locais para marcarem fila e ficam em grupo conversando”, continua.
Nesta segunda, 27, por meio do decreto 8.678, a Prefeitura de Brusque estabeleceu horários diferentes para evitar este acúmulo de servidores. Portanto, as equipes de limpeza e manutenção passam a trabalhar das 5h às 11h. As demais equipes trabalham das 7h às 13h.
Anelise afirma que é realizado a sanitização de todos os espaços da secretaria e nos veículos. Também, são aferidas as temperaturas, disponibilizados álcool em gel e máscaras, como feito os pedidos de distanciamento.
Aos servidores públicos que estão incluídos no grupo de risco para Covid-19, o decreto municipal 8.609 informa que estes devem realizar trabalho de forma remota.
Entretanto, Anelise explica que algumas funções da Secretaria de Educação e Secretaria de Obras envolvem limpeza de ambientes. Portanto, não teria como realizá-los de forma remota e o decreto em questão não proibiria essas pessoas de trabalharem presencialmente.
“O Setor de Recursos Humanos aceitou o retorno dos servidores que solicitaram trabalhar, respeitando os protocolos de saúde, com uso de máscara, álcool e distanciamento”, continua.
Outro ponto destacado pelo Sinseb seria a dos servidores contratados em caráter temporário. Trata-se dos que se enquadram no grupo de risco, com mais de 60 anos e com comorbidades, e que se sentiram pressionados a assinarem o termo de responsabilidade para continuarem a trabalhar.
De acordo Anelise, nenhum trabalhador teria sido obrigado a assinar o documento. Ela conta que somente foi solicitado que, caso concordassem em retornar ao trabalho, preenchesse o requerimento.
Ela afirma que o Setor de Recursos Humanos tomou medidas para evitar a suspensão de contratos de trabalho temporário. Este tipo de contrato tem duração de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano.
Inicialmente, foi concedido férias antecipadas até o permitido por lei. Esgotadas as férias, foi aceito o retorno destes trabalhadores. “Após isso, eles retornaram ao trabalho. Quem não queria, poderia tirar licença-prêmio”, continua.
Para aqueles que estão no grupo de risco e não queiram voltar ao trabalho é gerado falta, mas não ganha demissão. “Muitas prefeituras fizeram a suspensão do contrato. Damos falta que eles possam ficar em casa. Não há como remunerar sem haver a prestação do serviço público”, completa.