Covid-19: Projeto incentiva produção de máscaras para fazer girar a cadeia têxtil de Brusque
Grupo desenvolveu modelos que são confeccionados por costureiras da cidade
Grupo desenvolveu modelos que são confeccionados por costureiras da cidade
Com as medidas tomadas pelo governo do estado para tentar conter a propagação do novo coronavírus em Santa Catarina, desde a semana passada, muitas costureiras e pequenas empresas do ramo têxtil estão sem produzir. A situação, embora necessária diante da pandemia mundial, também preocupa, principalmente devido aos reflexos econômicos que trará no futuro.
Para tentar amenizar esse problema e ainda contribuir com a proteção, principalmente, de profissionais que atuam em serviços essenciais, é que surgiu o projeto Respira.
Criado pelos amigos Ana Letícia Libardo, Guido Riffel Júnior e Ster Nascimento, o projeto tem como objetivo a produção de máscaras, um dos itens essenciais em meio à pandemia.
Ana Letícia conta que a ideia do projeto surgiu porque profissionais, principalmente de mercados e farmácias, não encontram mais máscaras para usar e poder continuar trabalhando em segurança.
“Como trabalho no ramo têxtil, o pessoal começou a pedir se não tinha como confeccionar. Eu fui pesquisar, porque não adianta começar a produzir se o produto não for eficiente e não contribuir”, destaca.
A empresária destaca que em suas pesquisas, percebeu que há um desabastecimento do produto no mundo, já que a China é uma das principais fornecedoras e desde dezembro não estava mais exportando. “Lá na China todas as pessoas eram obrigadas a utilizar máscaras para sair de casa, sob pena de pagar multa, mesmo aqueles que não apresentavam sintomas”, diz.
Em meio a todas as medidas de isolamento social, Ana começou a receber também diversas mensagens de costureiras preocupadas com a situação financeira, já que estavam paradas. Então, em parceria com Guido e Ster, pensou em produzir máscaras para vender e, assim, fazer girar a economia do setor e também dar mais tranquilidade para as costureiras, que continuam recebendo.
“Desenvolvemos o produto, e vamos vender com uma margem de lucro baixa. Algumas costureiras já estão com a gente no projeto, trabalhando de casa, com toda a segurança e higienização”, diz.
Foram desenvolvidas dois modelos de máscaras. Uma com tripla camada de cetim e outra que mescla tricoline e cetim. Ambas podem ser lavadas e reutilizadas, contribuindo também para o meio ambiente. “Como elas precisam ser trocadas a cada duas horas, o cetim é um material que não absorve muita água, então pode lavar e ser usada novamente depois que secar”.
O material está em fase final de produção. O primeiro estabelecimento que aderiu a ideia é o Supermercado Colzani, que receberá as primeiras peças do produto para venda. As máscaras serão vendidas embaladas e, em cada embalagem, haverá a descrição de como deve ser usada e higienizada.
Ana destaca ainda que a ideia é que o produto também seja vendido online, para todo o país, e desta forma, possa ajudar várias pessoas.
“As costureiras recebem o valor médio que receberiam pelo trabalho normal que elas desenvolvem. O intuito mesmo é a geração de renda, junto com a proteção, informação e prevenção”.
Como participar
Costureiras que têm interesse em participar do projeto podem entrar em contato com a Ana pelo telefone 9 9657-9063. É fundamental que a profissional tenha em casa máquina reta, overlock e interlock, pois é preciso fazer a peça inteira.
Fique em casa
É importante lembrar que as máscaras não protegem contra o vírus. O produto serve para auxiliar, caso precise sair de casa para alguma atividade essencial. O uso da máscara diminui a propagação dos fluídos aéreos da saliva e, consequentemente, diminui a propagação do vírus. Além disso, ajuda a evitar que a mão toque o nariz e a boca. A maior prevenção ainda é lavar as mãos com água e sabão, passar álcool gel constantemente e ficar em casa.