Covid-19: recém-aprovado pela Anvisa, Remdesivir ainda é uma escolha incerta para hospitais de Brusque
Unidades não descartam possibilidade da compra do antiviral no futuro
Unidades não descartam possibilidade da compra do antiviral no futuro
O antiviral remdesivir, o primeiro medicamento com indicação em bula para tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O anúncio da aprovação foi divulgado pela agência na sexta-feira, 12. Em Brusque, os hospitais ainda não trabalham com o medicamento, mas não descartam a utilização no futuro.
Segundo o diretor técnico do Hospital Azambuja, Eugênio José Paiva Maciel, por ser uma liberação recente, ainda não há uma posição sobre se será ou não usado na unidade hospitalar. Já a diretoria do Imigrantes Hospital e Maternidade de Brusque conta que ainda não possui o Remdesivir, mas há o interesse na compra.
O secretário de Saúde, Osvaldo Quirino de Souza, explica que o medicamento deve ser usado caso tiver disponibilidade no mercado. “É uma arma a mais contra o vírus. Ele encurta o período de internação, a recuperação fica mais rápida”, conta.
Souza explica que a compra é feita diretamente pelo hospital. Contudo, a pasta pode ajudar, caso o hospital não conseguir arcar com os custos.
Em junho de 2020, a Gilead Sciences, fabricante do remdesivir, anunciou o valor de US$ 2.340 (quase R$ 13 mil) por um tratamento padrão com o remédio. Este preço seria para pessoas com cobertura de programas públicos de saúde nos Estados Unidos e em países em desenvolvimento.
Para pacientes no sistema privado de saúde, o valor cobrado será de US$ 3.120 (R$ 17 mil), de acordo com o anúncio da empresa, segundo a agência de notícias Associated Press.
De acordo com médico Eugênio José Paiva Maciel, são levadas em consideração diversas questões práticas de uso antes da compra do medicamento. Ele aponta que o custo do Remdesivir é de alto valor e é preciso cumprir um protocolo rígido. Também, o medicamento está em falta do mercado.
“O SUS não paga. É um medicamento para ser usado em pacientes em fase inicial da doença. É um medicamento super caro e a dificuldade é muito grande, pois existem vários protocolos”, explica.
Maciel ressalta que, dentre os critérios de uso, o paciente não pode ter pneumonia, não pode usar da ventilação mecânica e é necessário exames de plaquetas.
“Não é tão simples, precisa ter exame de laboratórios”, diz. “Em paciente de UTI em fase avançada, não tem indicação. Por exemplo, com infecção, não usa. A maior parte dos pacientes [na UTI do Azambuja] estão em fase avançada”, continua.
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