Criado em Brusque, programa Observador Mirim poderá ser aplicado em outros países

Ação chamou a atenção de uma representante da ONU que solicitou a tradução dos materiais utilizados para uma avaliação

Criado em Brusque, programa Observador Mirim poderá ser aplicado em outros países

Ação chamou a atenção de uma representante da ONU que solicitou a tradução dos materiais utilizados para uma avaliação

O programa Observador Mirim, criado pelo Observatório Social de Brusque, chamou a atenção da Gerente de Governança e Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), Neha Das, durante o encontro nacional dos Observatórios Sociais, realizado em agosto.

Durante o encontro, a entidade brusquense fez uma apresentação sobre o programa que é realizado nas escolas de Brusque, Guabiruba e Botuverá desde 2016, com as aulas de educação fiscal e cidadania para alunos das quartas séries.

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De acordo com o diretor-executivo do Observatório Social de Brusque, Evandro Gevaerd, a representante da ONU viu uma versão reduzida do material utilizado no Observador Mirim e pediu para que a entidade encaminhe todo o material, pois o órgão irá avaliar a possibilidade desse programa ser aplicado em outros países.

Após as aulas, crianças recebem certificado e uma lupa, que é o símbolo do Observatório Social | Foto: Divulgação

“Estamos providenciando a edição de um novo vídeo em inglês e a tradução de todo o material para o encaminhamento à ONU”, diz.

Para Gevaerd, o fato de um órgão tão importante quanto a ONU se interessar pelo programa, só prova que a iniciativa é extremamente positiva para as crianças. “A criança quando recebe uma informação, é motivada, ela se empenha e se compromete com essas ideias. Com certeza, teremos adultos mais conscientes e sabedores dos seus deveres”, diz.

De 2016 até agora, já foram 1.634 alunos beneficiados com o programa, em 44 escolas de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Blumenau.

Interesse nacional
Além da ONU e da possibilidade de o programa brusquense ser aplicado em outros países, observatórios sociais de várias cidades também já se interessaram pelo Observador Mirim.

A consultora de Educação Fiscal do Observatório, Priscila dos Santos Petermann, destaca que a entidade já disponibilizou o material utilizado no programa para os municípios de Joinville, Blumenau, Rio do Sul, Morro da Fumaça, Florianópolis, Caxias do Sul (RS), Paranaguá (PR), Limeira (SP) e Cáceres (MT).

Morro da Fumaça, Paranaguá e Florianópolis replicam ou já replicaram o programa brusquense com algumas adaptações.

Cartilha foi desenvolvida pelo Observatório Social de Brusque | Foto: Divulgação

“Disponibilizamos todo o material: arte da cartilha, arte dos jogos, custos e demais informações via e-mail e toda a explicação passo a passo de como o nosso educador fiscal faz a abordagem”.

Muitos municípios se interessam pelo programa, mas acabam não colocando em prática devido aos custos. Evandro Gevaerd ressalta que várias cidades estão tendo dificuldades de captar recursos para aplicar o projeto, já que a ideia é não utilizar recursos públicos.

“O Observador Mirim é desenvolvido com recursos próprios. Estamos até fazendo um projeto para apresentar o programa para a classe empresarial de outras cidades para que eles possam ver os resultados e quem sabe investir”.

Alunos aprendem sobre tributos e como é o retorno para os municípios | Divulgação

Para Priscila, é uma grande alegria ver que a ideia do Observatório Social de Brusque tem despertado o interesse das pessoas e sendo propagada pelo país.

“Nossa intenção sempre foi complementar e auxiliar na formação de uma sociedade melhor, para que seja mais informada e interessada por seus direitos e deveres. Percebemos que as crianças que passaram pelo programa entendem que corrupção começa pelas atitudes individuais e se quisermos combater e prevenir a corrupção devemos começar por nós mesmos”.

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Observador mirim
O programa é aplicado por educadores fiscais do Observatório Social de Brusque, que ensinam as crianças sobre a importância social dos tributos arrecadados pelo governo e a obrigação de converter os valores dos impostos em serviços de qualidade para a população, destacando que a qualidade do serviço será proporcional ao interesse da população em cuidar da boa aplicação desses recursos por parte do governo.

Um caderno de educação fiscal desenvolvido pela própria entidade norteia a aplicação do programa, e traz uma história da personagem Lupinha, na qual aborda o papel do observador mirim, que discorre sobre vários temas de civismo e cidadania. Como estratégia de consolidação dos assuntos apresentados no programa, são realizadas várias brincadeiras que atraem a atenção dos alunos, tornando os encontros agradáveis e produtivos.

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