Crise na Reunidas faz Brusque perder linhas de ônibus
Uma das maiores empresas do estado, fez reorganização operacional recentemente
Uma das maiores empresas do estado, fez reorganização operacional recentemente
A situação financeira crítica da Reunidas e a crise financeira nacional atingiram em cheio o setor de transporte intermunicipal que atende Brusque. Somente no último mês, duas linhas que fazem o trajeto Blumenau-Brusque foram cortadas pela empresa sob alegação de inviabilidade financeira.
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A linha que saía às 5h10 de Blumenau com destino a Brusque não existe mais desde o dia 16 de maio, bem como o ônibus de 16h que ia no sentido contrário não já opera mais. O próximo horário é o das 18h. Segundo o encarregado da agência da Reunidas no terminal rodoviário, Sandro da Silva, as duas linhas foram cortadas por falta de passageiros.
Um pouco antes disto, há menos de um ano, a Reunidas já havia extinguido a linha das 18h45 de Brusque para Blumenau. Fora estes cortes, a Reunidas não descarta acabar com outras linhas. O Grupo Reunidas possui milhões em dívidas e recentemente entrou em recuperação judicial.
Para que não fechasse as portas, a empresa com sede em Caçador, no Oeste do estado, teve de apresentar um planejamento financeiro mostrando a melhora da sua saúde financeira. Os cortes de linhas de ônibus fazem parte de uma “reestruturação administrativa”.
O advogado e gerente de operações da Reunidas, Vinícius Marins, afirma que todas as linhas que não se “rentabilizam” são cortadas. “As linhas sem demanda de passageiros foram reduzidas ou cortadas”, diz o gerente de operações.
Foi isso que aconteceu no caso de Brusque. Por enquanto, os horários que já existem serão mantidos, mas a reavaliação do retorno financeiro é constante, ou seja, novos cortes não são descartados. Marins diz que a empresa se preocupou em não deixar a população desassistida. Os horários cortados acabam não fazendo tanta diferença para os usuários porque há linhas de concorrentes com espaço de tempo menor.
Os horários para outras cidades próximas e com fluxo diário de passageiros, como Itajaí, estão mantidos.
Reorganização no estado
Além do corte de linhas no Vale do Itajaí, a Reunidas também promoveu uma reestruturação completa da sua estrutura administrativa em Santa Catarina. O grupo deixou de operar linhas que iam para o Paraná, vendeu-as para a Viação Ouro e Prata, e também repassou trajetos considerados pouco lucrativos. Um exemplo é o Coletivo Santa Cruz, que já alguns meses faz as linhas na região de Porto União e Canoinhas, no Planalto Norte do estado.
Santa Terezinha observa oscilação
O diretor do Consórcio Nosso Brusque, o qual é dono da Santa Terezinha, Arthur Klann, afirma que a empresa também acompanha o setor de transportes intermunicipal com atenção. A crise financeira tem feito as pessoas viajarem menos.
Este comportamento pode ser observados em várias linhas, afirma Klann. “Percebemos no último mês uma queda em algumas linhas, mas aumento em outras. Então, não sentimos tanta diferença”.
Klann diz que a empresa monitora a demanda de passageiros porque o setor está com dificuldades de se sustentar. A princípio, não deve haver alteração nas linhas da Santa Terezinha.