Crise política domina debates na Câmara de Brusque

'Revogação da revogação' do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi o assunto central da sessão

Crise política domina debates na Câmara de Brusque

'Revogação da revogação' do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi o assunto central da sessão

A crise política do país dominou os debates na sessão da Câmara de Vereadores de Brusque na noite desta terça-feira, 10. A decisão de revogar a sessão da Câmara dos Deputados que aprovou a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP) –  que em menos de 12 horas voltou atrás – foi um dos assuntos abordados pelos vereadores brusquenses.

Dejair Machado (PSD) afirma que a atitude do presidente interino da Câmara dos Deputados mancha toda a classe política. “Como vamos pedir votos nesta eleição, se ninguém acredita mais nos políticos? A atitude dele coloca todo mundo na vala comum. Se de um presidente da Câmara Federal você vê essas coisas, vai acreditar em quem? Assim o povo perde o respeito”.

Para o vereador, a revogação relâmpago do processo de impeachment é um absurdo. “O presidente interino da Câmara anular uma decisão de mais de dois terços do colegiado. Nunca vi um absurdo deste tamanho. Com isso, chega-se a seguinte conclusão: a classe política está no menor dos patamares da sua história. Isso o que esse louco quis fazer, isso sim, é golpe”.

O vereador Kito Maestri (PMDB) também lamentou a situação política que o país enfrenta. “O povo está cansado, não acreditam mais em nós, políticos, todo mundo empurra de um lado para outro. Fez coisa errada, tem que pagar, seja de qual partido for”, afirma.

A vereadora Marli Leandro (PT), por sua vez, afirma que a situação do país tende a se agravar com o possível governo de Michel Temer (PMDB). “É claro que temos problemas, mas o que está se desenhando com o possível novo governo, não tenho dúvida que é muito preocupante. Será um desastre social no nosso país e mais para frente poderemos confirmar isso. O mundo está dizendo que é um golpe, que não tem base jurídica, não se sustenta”.

Marli também critica o modo com que o processo de impeachment tem sido tratado. “Consideraram a decisão do presidente interino da Câmara de Deputados como uma bomba, mas uma bomba caiu no dia 17 de abril com aquele ato de horror que aconteceu na Câmara Federal, uma bomba caiu no dia que permitiram Eduardo Cunha conduzir um processo como este, uma bomba caiu quando permitiram o debate da linha sucessória de uma presidenta que não cometeu crime algum. Se esse fato realmente se consumar, tenho muita preocupação com o que virá para o povo brasileiro”.

 

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