Crise será maior para setor de vestuário e calçados, diz presidente do SPC Brasil
Para Roque Pellizzaro Junior, medidas anunciadas pelo governo ainda são insuficientes
Para Roque Pellizzaro Junior, medidas anunciadas pelo governo ainda são insuficientes
Segundo o presidente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roque Pellizzaro Junior, o setor do varejo que mais está sofrendo com a crise do coronavírus é o de vestuário e calçados.
O dirigente estima que, mesmo com a abertura do comércio, ainda vai demorar para as vendas do segmento voltarem ao normal.
“O setor mais impactado é o de vestuário e calçados, seguido de móveis e eletrodomésticos. Mesmo com a reabertura das lojas, a restrição ainda à prova de roupas e calçados reduz bastante o volume de vendas”, disse. Em Santa Catarina, o comércio de rua voltou à ativa no último dia 13 na maioria das cidades.
Todos os setores devem sofrer de alguma forma. Mesmo os estabelecimentos que permaneceram abertos, como supermercados e postos de combustíveis, registram quedas importantes no volume de vendas. Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) no início da crise apontava para uma perda de R$ 100 bilhões no varejo nacional caso as atividades retornassem até maio.
Para tentar contornar o problema das empresas, os governos estadual e federal lançaram um pacote de medidas econômicas que inclui postergação de tributos, crédito com juros subsidiados, e meios para reduzir o gasto com a folha de pagamento.
“Nesse momento eu acho importante esse ajuste de demanda com salário dos colaboradores para evitar demissões em massa, principalmente nas pequenas e médias empresas. Isso melhora a condição de fluxo de caixa das empresas, mas não é suficiente”, diz Pellizzaro.
Ele cobra mais participação do poder público em dividir os prejuízos da crise. “O setor público ainda não disse qual a cota de sacrifício que será feita em prol do Brasil, se haverá redução de salários, como os governos vão pagar a conta no final do mês. […] Os impactos nos cofres públicos também ocorrerão e essa posição de só transferir a conta e emitir moeda não vai fechar também”, afirmou.
Em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés da Silva sinalizou que a principal medida para recuperar a economia é permitindo a volta das atividades, já que o Estado não tem recursos. Segundo a Fazenda estadual, a queda de arrecadação deve ultrapassar R$ 1,2 bilhão.