Cultura alemã é celebrada através de competições nos intervalos dos shows da Fenarreco
As brincadeiras, executadas tanto na parte interna quanto na parte externa do pavilhão, atraem visitantes de todas as idades durante os dez dias de festa
O morador de Florianópolis, Adair Toebe, acompanhou durante dois anos as propagandas da Fenarreco pela televisão. De família alemã, este ano, ele resolveu prestigiar pessoalmente as tradições. Acompanhado da esposa e dos pais, Toebe não só enalteceu a cultura como também participou das brincadeiras. O vendedor sagrou-se campeão da corrida do tamanco no sábado à noite.
“Eu nunca tinha andado de tamanco, mas me saí bem. É importante participar para fazer parte completamente da festa. Assim nós nos sentimos mais em casa e também rimos bastante. É diversão pura. Nós vimos pela televisão que a festa é bem família e decidimos finalmente vir. Comprovamos que é realmente assim. Há muita segurança e estamos gostando bastante”, afirma.
Na corrida, cada participante calça um par de tamancos que estão ligados um ao outro por uma espécie de faixa. A ligação impede que os concorrentes levantem os pés. Assim, a dificuldade de se locomover aumenta. O primeiro a chegar ao outro lado da pista, só arrastando os pés e sem pular, vence. Toebe disputou com outros três visitantes e ganhou uma tolha como brinde.
Mesma premiação conquistada pelo aposentado João Almeida, de Brusque. Ele venceu a primeira brincadeira da noite: a do serrador. Nesta modalidade, cada dupla deve serrar um tronco de árvore no menor tempo possível. Com 40,6 segundos, João comemorou a vitória ao lado do colega de trabalho e parceiro de brincadeira.
“Foi a primeira vez que eu participei de uma brincadeira aqui na Fenarreco. Nós temos que trabalhar em equipe para fazer o menor tempo. É muito legal. Minha esposa também participou da corrida do tamanco. Essas brincadeiras animam ainda mais a festa e nos divertem bastante”, conta.
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Com o tempo de 1 minuto e 13 segundos, as amigas Zenilda Lorenço e Michele Vanderlinde, de Brusque, amargaram a lanterna da competição de serra. Como únicas representantes da classe feminina na brincadeira, elas se sentiram injustiçadas com o resultado. Segundo Zenilda, os homens são mais fortes e, com isso, o tempo das mulheres deveria ser calculado de outra forma.
“Se outras mulheres participassem nosso tempo deveria ser comparado ao delas e não ao dos meninos, já que a força é desigual, mas mesmo assim valeu a pena. No início achei que não iríamos conseguir serra até o fim porque estava muito difícil, mas conseguimos. Foi muito engraçado. Essas brincadeiras também ajudam a cultivar a tradição alemã e animam a festa”, diz.
Cabelos amarelos
Presença garantida na Fenarreco há quatro anos, o grupo dos “cabelos amarelos” é o responsável por organizar as brincadeiras. Entre as atividades, eles angariam participantes, controlam as regras e distribuem os prêmios. No sábado, seis “cabeludos” – dois homens e quatro mulheres -, vestidos tipicamente, animaram o público ao longo da noite.
“Nós fazemos parte de um grupo de dança de jazz que existe há cerca de seis anos e que tem 10 integrantes. A Indiara Cristina da Silva, uma das representantes do grupo, fez o contato com a prefeitura após saber que eles queriam um grupo para animar a festa, então a Secretaria de Turismo nos contratou”, explica Raquel Tarter, uma das integrantes do grupo.
Além da corrida do tamanco e da brincadeira da serra, o chope em metro também é tradição. Para Raquel, as três competições aproximam o visitante da cultura alemã e auxiliam no divertimento. “Através das brincadeiras nós também conhecemos pessoas de todo o Brasil e até do exterior. É muito bacana essa interação com o público. Nosso principal objetivo é fazer eles perderam a timidez”.