Planos da Unifebe não serão afetados pelo veto a novos cursos de Medicina
Governador assinou decreto autorizando fundação da faculdade três dias antes de proibição federal
A abertura do curso de Medicina da Unifebe foi anunciada oficialmente em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 9. No evento, a instituição deixou claro que a decisão do governo federal de proibir a criação de novos cursos pelos próximos cinco anos não afetará os planos em Brusque.
O assessor jurídico do centro universitário, Ronaldo Uller, explica que a proibição entrou em vigor na última sexta-feira, 6, três dias depois da assinatura do decreto do governador Eduardo Pinho Moreira homologando a criação do curso. As primeiras turmas irão iniciar as aulas no primeiro semestre letivo de 2019.
“A Unifebe, em seu processo no conselho estadual, conseguiu se antecipar à moratória. As vagas foram autorizadas, com o decreto homologando tudo. Do ponto de vista jurídico, esta situação foi totalmente ultrapassada. Agora é questão de montar o curso, formar e treinar os professores e providenciar a infraestrutura”, explica Uller.
O sistema estadual do ensino superior é formado pelas instituições de ensino do Estado e dos municípios, como Udesc, Furb, Unifebe. Em casos envolvendo essas universidades, o processo se encerra com a homologação do governo do estado. No sistema federal e em instituições particulares, o procedimento é outro.
A Unifebe já tinha conhecimento de que haveria uma proibição, anunciada em novembro de 2017. Assim, a instituição passou a agilizar o processo para que o curso de Medicina fosse aprovado antes que a moratória entrasse em vigor. A proibição foi regulamentada através de duas portarias, assinadas na última quinta-feira, 5, durante reunião entre o presidente Michel Temer e o ministro da Educação, Mendonça Filho.
O curso
O novo curso será composto por 12 semestres, com a mensalidade inicial no valor de R$ 6.472,62. O reitor Günther Lother Pertschy assegurou na coletiva que não haverá grandes reajustes ano a ano, com o valor sendo corrigido apenas com a inflação.
Para ingressar no curso, o estudante deverá prestar o vestibular da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe). Pertschy prevê que toda a infraestrutura e a formação do corpo docente serão concluídas de modo que a primeira turma terá o início das aulas em fevereiro de 2019. No total, serão 80 vagas, inicialmente divididas com 40 para o vestibular de verão e 40 para o vestibular de inverno.
O futuro coordenador do curso, Marco Antônio Cortelazzo, ressalta que os estudantes entrarão em contato com a prática já na primeira fase, acompanhando procedimentos em hospitais da região, principalmente o Hospital Azambuja. Nas quatro primeiras fases, ele estima que os alunos terão contato com pelo menos 20 famílias. Haverá também o aprimoramento das comunicações entre médico e paciente e médico e família.
Pertschy e Cortelazzo destacam o investimento em tecnologia. O reitor afirma que, a princípio, o curso evitará cadáveres para cadeiras de anatomia, fazendo uso de bonecos sintéticos que simulam o corpo humano com precisão, como é tendência nos cursos mais avançados. Também serão utilizados três robôs, um masculino, um feminino e um infantil.