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Dados da Defesa Civil apontam que 30% das ocorrências de 2022 em Brusque foram registradas durante chuvas de dezembro

São Pedro é o bairro com mais registros ocorrências em 2022

Por João Henrique Krieger e Thiago Facchini

As chuvas de dezembro em Brusque e região foram responsáveis por cerca de 30% das ocorrências registradas pela Defesa Civil durante todo o ano de 2022. Conforme dados da coordenadoria municipal do órgão, foram registradas 2.101 ocorrências durante o ano, sendo 642 somente em dezembro.

O período de fortes chuvas em dezembro afetou uma parte de Brusque e outros municípios no sul de Santa Catarina. São João Batista também foi muito afetada. Em Brusque, foi registrada uma morte em decorrência de deslizamento de terra. Um abrigo foi aberto na Arena Brusque.

Em 2021, foram registradas 1.199 ocorrências na cidade. Apesar de boa parte das ocorrências em 2022 terem sido registradas no último mês do ano, dezembro não foi o responsável direto pelo crescimento do número de registros.

“Já vínhamos de um ano em que daria mais ocorrências que o ano anterior”, afirma o coordenador da Defesa Civil de Brusque, Edevilson Cugiki. Ele avalia que o crescimento da equipe ao longo dos anos e o aumento da demanda da Defesa Civil são fatores que contribuem com o crescimento de ocorrências registradas ano a ano.

Deslizamentos são o maior tipo de ocorrências relacionadas eventos climáticos de 2022 na cidade, sendo 538 registros. Em seguida, são 184 registros de risco de queda de árvore e 112 de risco de deslizamento. “Residência vulnerável” e alagamentos fecham a lista, sendo 105 e 56 cada.

Edevilson Cugiki, o coordenador da Defesa Civil de Brusque. Foto: João Henrique Krieger/O Município

O São Pedro foi o bairro em que houve mais ocorrências registradas no ano passado. Cugiki relata, porém, que a situação não é comum. Geralmente, por causa do relevo, bairros que ficam na região sul de Brusque tendem a registrar mais ocorrências.

Geralmente, os maiores números ficam com os bairros Águas Claras, Azambuja, Santa Luzia, Primeiro de Maio e Limeira. No dia 1º de dezembro, por exemplo, houve poucas ocorrências na região norte da cidade.

“O relevo da região sul é mais acidentado. Os vales são mais fechados. No Bateas tem ocorrências, mas é um vale mais aberto do que outros bairros. Poço Fundo e Zantão são vales muito fechados”, comenta Cugiki. “São morros dos dois lados [dos bairros], a rua e o rio”, exemplifica.

Chuvas de dezembro

O período de chuvas em dezembro que gerou a explosão de ocorrências causou transtornos na Defesa Civil. A rede telefônica da coordenadoria municipal caiu no primeiro dia e só funcionava o número 199 e WhatsApp.

Ocorrências foram enviadas também pelo Facebook da Defesa Civil. No entanto, a rede social é utilizada somente para divulgação, e não para atendimento de ocorrências.

“A chuva começou no dia 26 de novembro. Já vínhamos com duas ou três ocorrências diárias, um volume pequeno. Quando chegou no dia 30, tivemos oito ou nove ocorrências. Já perto do amanhecer, começaram a entrar muitas ocorrências”, diz.

Ainda conforme Cugiki, a expectativa era de que Brusque não fosse tão afetada. Os alertas da Secretaria de Estado de Defesa Civil indicavam que as chuvas atingiriam uma região maior no sul do estado, deixando Brusque quase de fora do mapa de risco.


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