Danilo Rezini reassume a presidência do Brusque após candidatura a vice-prefeito
Dirigente fala sobre salários atrasados, perspectivas financeiras e intenção de se retirar da política e do futebol
Dirigente fala sobre salários atrasados, perspectivas financeiras e intenção de se retirar da política e do futebol
O presidente do Brusque, Danilo Rezini, reassumiu suas funções no clube nesta terça-feira, 5, após passar 43 dias licenciado para disputar as eleições suplementares como candidato a vice-prefeito na chapa de Alessandro Simas (PP). O vice-presidente Carlos Beuting foi seu substituto de forma interina. Neste período, o quadricolor continuou o bom momento: garantiu a vaga na segunda fase da Série C, venceu em sua estreia nesta etapa e realizou oito transferências de jogadores, entre saídas e chegadas.
“Saí muito tranquilo [para as eleições municipais suplementares], com o respaldo do vice-presidente, do diretor de futebol e de toda a diretoria. Não tinha dúvida de que o trabalho continuaria com trabalhos e resultados positivos, e foi o que aconteceu. Neste período, continuei próximo, acompanhando as ações e trocando ideias”, explica.
Candidato a vice-prefeito em 2020 e 2023, Rezini explica que não pretende participar das eleições de 2024 em nenhuma chapa. No Brusque, onde tem mandato até 2025, a ideia é deixar o cargo em vez de tentar reeleição. Hoje com 69 anos, ele presidiu o clube de 2008 a 2011 e está à frente desde 2013.
“Fizemos uma campanha propositiva. De quatro candidatos, só um iria ganhar. Ficamos em segundo, faz parte da democracia. Mas não tenho pretensão nenhuma de estar participando da política nos próximos anos. Acho que já fiz minha parte”, revela.
Quanto ao Brusque, Rezini cogita preparar sua sucessão, mas também incentivar a abertura do clube para que outros grupos possam assumir a diretoria.
“Acho que é importante alternar também, talvez muda o modo de gestão. Acho que precisamos trabalhar de forma bem aberta e democrática para que outros possam dar sua contribuição. Minha parte eu já fiz, por muitos anos, então não tentar a reeleição. Não por nada, mas é que já estou há muitos anos ali. Então é hora também de dar uma descansada.”
“Não é questão de largar, de estar bravo, não, absolutamente. Nós vamos trabalhar para subir para a Série B, é nosso objetivo, se Deus quiser, vai dar certo”, completa.
No período com Danilo Rezini licenciado para as eleições suplementares, o Brusque anunciou a contratação de cinco jogadores: o lateral-direito Israel, o volante Balotelli e os atacantes Dentinho, Pedro Henrique e Moisés Santos, o Tobinha. Também acertou as saídas de Lucas Poletto e Cléo Silva, além de emprestar o jovem Pedoca ao Carlos Renaux para as quartas de final da Série B estadual. Também neste intervalo, o Brusque lançou novos uniformes: o branco para jogadores de linha e os dois para goleiros.
Rezini também declara aberta a possibilidade de transição do Brusque de um clube associativo a uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), relatando que a diretoria já foi procurada por grupos de investidores e que há contatos neste sentido.
O presidente quadricolor vê uma mudança do tipo como necessidade para que o clube avance em seu desenvolvimento. Na avaliação do dirigente, ter estádio e centro de treinamento (CT) próprios são necessários para uma consolidação na Série B do Campeonato Brasileiro. Idealmente, uma venda do Brusque terá, como condições, a construção de um estádio e de um CT pelos compradores/investidores.
“Começa a se pensar numa discussão, da qual todos participarão, na comunidade, no conselho [deliberativo], sobre uma possível SAF. Investidores tem.”
O Brusque convive com atrasos nos salários ao longo dos últimos meses. O pagamento previsto para 15 de agosto ainda não foi pago, conforme apuração na tarde desta terça-feira, 5. Contudo, há receitas previstas que, na previsão de Danilo Rezini, devem fazer o clube passar o ano sem maiores problemas. Em suma, o que mais preocupa o presidente é a diferença entre as datas dos compromissos do clube e as datas dos valores a receber, alguns sem previsão clara.
O clube ainda aguarda as 120 mil libras esterlinas (cerca de R$ 750 mil, na cotação atual) pela transferência do meio-campista Jorginho ao Arsenal. O meio-campista foi vendido pelo Chelsea por £12 milhões aos Gunners em 31 de janeiro. Por meio do mecanismo de solidariedade da Fifa, o quadricolor tem direito a 1,001% do valor.
Há também R$ 250 mil brutos a receber da CBF pela participação na Série C, última parcela de um total de R$ 800 mil. Pela classificação à segunda fase, o Brusque tem direito a mais R$ 240 mil.
O maior valor a receber vem da Liga Forte Futebol (LFF): R$ 2 milhões que o Brusque espera receber neste mês, como primeira parcela dos R$ 4 milhões pela venda de 20% das ações comerciais da LFF para o fundo de investimentos estadunidense Serengeti e Life Capital Partners. O quadricolor é membro-fundador da liga.
Após conhecer esposa pelo Facebook, advogado do Timor-Leste se muda para Brusque: