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Das coisas que chamamos de vida
Certa vez ouvi na voz de um cantor uma observação fatal sobre o tempo, à vida e todo resto: o tempo não para. Como não para o mundo a nossa volta, o trânsito de todas as cidades que quando resolve congestionar, não escolhe cor, profissão, orientação sexual e nem nada. Como todos os dias conscientemente ou não, dezenas de pessoas se aproximam, passam, vão e vem, ficam ou se afastam, de fato, as vidas não param e nós também estamos em constante movimento. Até mesmo quando nos permitimos parar um pouco, bem no meio do caos, experimentamos as coisas a nossa volta que não para, não cessa, não chega a seu fim – fim esse que é subjetivo. Tudo é fragmento, são pedaços, retalhos, escolhas e acertos, fracassos e conquistas. Tempo, vida e verbo são coisas que se devem ser conjugadas de uma maneira ímpar, singular, cada um com a sua e depois com aqueles ou aquelas coisas que a gente chama de nosso, mas que não são, senão aparência. Complexo? Um pouco! Mas não seria essa nossa existência algo complexa demais que se quisermos de fato entender, levaríamos tempos, anos ou até mesmo nunca chegaríamos a uma conclusão? O que importa de fato é viver a vida a sua maneira, pois o que passou já foi, o que virá ainda é ilusão, é o hoje, o agora que nos interessa e é isso que chamamos de vida, minha, sua, nossa vida.
Parar e perceber a ambiguidade dos fatos, as possibilidades, o que é para ser e o que podemos fazer para ter, ser, se transformar. Um pouco de poesia juntado a outras tantas melodias, um jeito de fazer filosofia bem misturado com todo o resto que acreditamos. Estamos angariando valores, sejam eles benéficos ou não, mas estamos! Desse modo, estamos em completa construção, nunca preparados como se deveria estar; jamais pronto, jamais nada. Engana-se o homem que acredita ter chegado ao ápice de sua existência, pois ninguém chega, o máximo que acontece, é nos aproximarmos das margens, pois é bem onde estamos; vivendo a margem. Do que? Cada um sabe onde está o seu limite. Cada qual sabe onde perde as estribeiras, onde banca a monja e quando é necessário soltar a puta. Cada um sabe bem onde o calo aperta e onde a calça afrouxa e para isso, não precisamos de atestado psicológico, nem livro de autoajuda, nem leitura de cartas de tarô, nem nada. Só nos é necessário todos os dias de nossa existência, abrir os olhos e se propor viver a vida, sem medo, sem preconceito, sem o receio de errar, pois que muito acerta, não é humano de verdade, quem muito conquista tudo, não consegue olhar para quem está a sua volta que deixou de aprender muito com as derrotas.
O que nós somos é para ser visitado em primeira pessoa do singular. Acredito que cada vez que conseguimos olhar para o que estamos sendo transformados com o tempo e a vida que não para, é ponto positivo, é avançar uma casa nesse jogo que um dia iniciamos. Ficar em cima dos muros é para os fracos, vez em quando é necessário determinar o caminho a seguir, mas não transformar isso em dogma, pois como bem sabemos, de tão humanos que nós somos, certas regras não nos cabem e temos todo o direito de mudar o caminho, traçar novos métodos e o mais importante de tudo, virar o jogo, bagunçar tudo para quem sabe mais a frente, possamos encontrar um caminho que seja para nós o melhor, não os outros querem, mas sim aqueles que escolhemos e sabemos bem que mesmo que haja duras pedras para passar, o importante é prosseguir, sempre caminha e ter a certeza de uma única coisa: que a vida não para e que nós também não demos parar diante aos obstáculos, afinal de contas, a vida só tem graça quando se requer um pouco de sacrifício.
** Abaixo, a explicação do blogueiro sobre suas intenções com o blog no Município Mais **
E por que não falar da vida? Das nossas, vividas de uma forma ou de outra, questionadas ou não. A intenção do que venho propor, é se embasar em textos que possam encontrar com a realidade mais subjetiva das pessoas do que outras coisas. Notícias, todos dão, mas textos que remetem a uma situação mais pessoal, poucos tem feitos na mídia impressa, digital ou televisiva. Não é petulância, mas os jornais carecem de crônicas que ve, ser ponte o jornal e o leitor. Quando se faz uma cronica literária, é visando totalmente na questão de que a vida acontece, talvez falta só um empurrãozinho ou então, que no final de um jornal cheio de notícias boas e outras nem tão boas, uma que vem amenizar, apaziguar o nosso eu interior. É isso.