De costureira à empresária
Apaixonada pela costura, Dete Maestri empreendeu na área e influenciou as filhas
Se tem algo que orgulha a empresária Bernadete Maestri, de 67 anos, é voltar ao tempo e relembrar que foi pela profissão de costureira que atingiu o sucesso que hoje ela colhe com a empresa Encantos Modas. Foi graças à mãe, que ela fez um curso de corte e costura com apenas 13 anos, e desde então nunca mais largou a máquina.
Para não abandonar os estudos, ela mantinha uma rotina puxada: de manhã, frequentava a escola, e à tarde produzia peças sob medida para suas clientes. Assim foi por toda sua juventude.
Apenas depois de casar e com 39 anos de idade é que resolveu abrir uma confecção. “Desde pequena eu almejava ter algo para mim, mas não imaginava que iria crescer e chegar onde estou hoje, por meio da profissão”, comemora.
Ao perceber que a confecção caminhava em terras férteis, Dete, como é mais conhecida, abriu a primeira loja, na rua Azambuja. A produção aumentou e ela precisou ampliar sua estrutura. Atualmente, mantém 30 funcionários, além de ter quatro lojas próprias.
As roupas fabricadas na empresa de Dete sempre tiveram o aval dela. No início era ela que tirava a ideia da mente, transcrevia no papel e logo em seguida via pronta no tecido. “Eu fazia desde a criação, talhação e depois a costura, que era a parte que eu mais gostava e gosto até hoje”, diz.
A paixão pela costura é tão grande que Dete revela que preferia pagar para que outras pessoas fizessem as outras funções, para que ela pudesse ficar atrás da máquina. “Tem que amar o que faz, pois essa é uma profissão que lida com pessoas. Tem que entender os gostos do outro. No fim das contas, é muito gratificante”.
Aos 56 anos, a empresária precisou se afastar da função por conta de uma tendinite, que provoca inflamação em tendões. “Quando o médico disse que eu teria que parar, fiquei bem triste, pois eu precisaria deixar de fazer o que gostava”, lembra.
Hoje, aposentada, Dete recebe a ajuda das filhas Vanessa Maestri do Nascimento, 44, e Fernanda Maestri Grespky, 35, na administração da confecção. “Elas fazem também a parte de desenvolvimento das peças. Eu ainda trabalho, não consigo me desligar totalmente, e nem quero. Por isso agora fico mais com a parte de compra de material”, comenta.
A receita do sucesso
A empresária revela que a receita para crescer na profissão é básica: dedicação. “Tudo o que fizer com dedicação, vale a pena”. Para ela, a desvalorização da profissão está nas próprias costureiras, que não acreditam que é possível almejar cada vez mais.
Além de tudo que conquistou, por um tempo Dete se dedicou a ministrar cursos em grupos de corte e costura na cidade. “Nas aulas eu sempre disse que tem que ter vontade e amor para desempenhar bem o papel”.
Ela acrescenta que a costura é uma profissão de futuro para quem deseja de verdade, e por tudo que conseguiu sendo costureira, afirma que para sempre levará consigo essa marca. “Se hoje sou uma empresária, consegui porque antes eu fui costureira, com muito orgulho”.