Dedicação que resiste: sapateiro de Brusque moderniza legado deixado pelo pai

Anael Vargas está envolvido na profissão desde os doze anos

Dedicação que resiste: sapateiro de Brusque moderniza legado deixado pelo pai

Anael Vargas está envolvido na profissão desde os doze anos

Anael Vargas, de 33 anos, é considerado jovem para a profissão que exerce, mas já possui muitos anos de experiência. O sapateiro deu seus primeiros passos na profissão aos doze anos de idade, enquanto assistia os pais trabalharem.

O sapateiro comanda a Sapataria Especial, localizada na rua Felipe Schmidt, no Centro de Brusque. O estabelecimento já existe na cidade desde 1995, porém, no local atual, a sapataria opera há 17 anos. Anael conta que muita coisa mudou na empresa durantes todos esses anos.

Modernização

Em 2015 o profissional assumiu a sapataria após realizar um negócio interno com os pais. “Meu pai chegou para mim dizendo que estava aberto para negociações. Fiz um negócio com ele e deu tudo certo. Na época eles foram morar na praia, e eu, fiquei por aqui”, relata.

Atualmente, a sapataria tem uma organização bem detalhada, o que ajuda no dia a dia de trabalho.

“Antigamente tínhamos mais dificuldade em organização. Mas após um treinamento que recebi, implantamos uma metodologia para executar melhor as demandas. Tudo é organizado por data, o que facilita a linha de produção”, diz.

Otávio Timm/O Município

 

Anael conta que tem dificuldade em esclarecer que o local é uma sapataria. Por ter uma fachada e entrada de loja, muitos clientes acabam confundindo o local com outras empresas.

“Embora esteja escrito sapataria em vários lugares, o pessoal não percebe que é aqui. Muitos entram perguntando se vendemos capinha de celular, se colocamos crédito ou se somos uma papelaria. Concluímos que as pessoas quando pensam em sapataria, esperam encontrar um lugar bagunçado, muitos sapatos, a bancada exposta, muito diferente de como trabalhamos aqui”, conta.

Consertos

O sapateiro diz que hoje em dia, trabalha na área do conserto, porém, alega já ter feito malas de diversos tamanhos. Questionado se faz sapatos, Anael relata que a procura existe.

“Tenho uma cliente que possui uma condição especial em um dos pés. Por isso, é necessário que se faça um sapato ortopédico. Com o mais novo colaborador, vindo do interior de São Paulo, conseguiremos iniciar a fabricação desses calçados especiais. Ele será feito todo aqui. Será o primeiro calçado produzido na sapataria desde que iniciamos nossas atividades. Estamos muito felizes.” comenta.

Otávio Timm/O Município

De acordo com o empresário, é possível realizar reparos em outros itens como calçados, malas, confecção de cintos, zíper, costuras, cadeiras de praia, sempre observando a condição de cada item. A equipe atual é formada pelo Anael Vargas, Edna Furtado Passold, Luana da Silva e Jeferson Dionizio Vieira.

Passado

A história da sapataria começou décadas atrás, quando os pais do empresário começaram uma fábrica do segmento em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Aos sete anos, com a sapataria já estabelecida em Brusque, o profissional assistia os pais na profissão. Porém, foi aos 12 que Anael iniciou na profissão.

Otávio Timm/O Município

A história com os pais seguiu até o ano de 2015, quando ambos decidiram negociar a sapataria. Hoje seguindo o exemplo dos pais, Anael trabalha com a esposa.

Futuro

Questionado sobre o que pensa para o futuro da profissão, Anael diz que, conforme a mão de obra vai diminuindo, o serviço vai aumentando, e isso faz crescer a demanda pra quem ainda atua no setor.

“Nos últimos anos tenho percebido que o serviço tem aumentado, isso é um reflexo da escassez de profissionais na área. Quando me perguntam sobre extinção da profissão eu concordo, pois não há interesse em aprender sobre esta arte”, diz.

O empresário comenta que não é sobre o conserto de sapato, mas o diferencial do serviço se encontra em ajudar as pessoas a caminhar melhor.

“Esse é o legado. Cada sapato consertado ou ajustado diminui a quantidade de lixo no planeta. Nosso trabalho restaura, conserta e ajuda a manter memórias vivas. Temos clientes que possuem itens que foram deixados de seus antepassados, são renovados e seguem por mais uma geração, fazendo uma nova história com respeito a quem já caminhou por aqui”, conclui.

Otávio Timm/O Município

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