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Defesa Civil de Brusque deve transportar doações para Brumadinho nesta segunda-feira

Mais de 12 mil itens foram arrecadados e serão entregues para ajudar as vítimas da catástrofe

Os mais de 12 mil produtos doados pelos moradores de Brusque para as vítimas da tragédia de Brumadinho (MG) deverão ser transportados nesta segunda-feira, 28, de caminhão, de acordo com o diretor da Defesa Civil do município, Carlos Alexandre Reis. Uma barragem da mineradora Vale se rompeu na sexta-feira, 25, e atingiu a cidade da Grande Belo Horizonte.

A população deu exemplo de solidariedade e a campanha de arrecadação de donativos ultrapassou a expectativa. No sábado pela manhã, a prefeitura divulgou que iria arrecadar mantimentos para os mineiros.

Ainda neste domingo, a quantidade de donativos – roupas, água, alimentos, colchões e cobertores –  foi além do esperado. Reis diz que foi preciso antecipar o fim da campanha. “Encerramos por questão de logística e por causa do tempo de viagem”, explica.

Segundo o diretor, a expectativa é sair nesta segunda de caminhão de Brusque. O uso de avião é considerado inviável, a não ser que algum empresário banque o custo.

Junto com os donativos vão alguns servidores da Defesa Civil brusquense. O diretor destaca que as doações são aguardadas pelos mineiros e que a campanha foi feita com base numa necessidade e em contato com superiores, não numa “aventura”.

Servidores de prontidão
Sete funcionários da Defesa Civil local ficaram de prontidão entre sexta e o fim de semana. Eles poderiam ser acionados pelo estado para ir a Brumadinho (MG) ajudar no resgate das vítimas.

Mas, segundo Carlos Alexandre Reis, os servidores já não serão mais requisitados. Minas Gerais já recebeu auxílio de várias cidades e até de Israel.

Neste domingo, 27, um grupo de profissionais israelenses embarcou para o Brasil para ajudar na busca por desaparecidos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tuitou que são 140 pessoas e 16 toneladas de equipamentos destinados a busca de desaparecidos.

Mar de lama
A barragem da mineradora Vale se rompeu na sexta-feira, com isso 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro foram liberados no rio Paraopeba. Uma onda de lama está se deslocando e destruindo tudo no seu caminho.

Brumadinho foi fortemente atingida pela lama, que provocou cenas catastróficas. De acordo com o governo mineiro, até as 9h deste domingo já haviam sido confirmadas 37 mortes.

Além disso, há cerca de 285 desaparecidos. O governo informou, ainda, que já foram resgatadas 366 pessoas, das quais 221 funcionários da Vale e 145 de empresas terceirizadas.

De acordo com informações do governo mineiro neste domingo à tarde, a onda de lama se move a uma velocidade 1 km/h. Com isso, os técnicos calculam que os rejeitos atingirão os reservatórios da usina hidrelétrica de Retiro Baixo entre os dias 2 e 7 de fevereiro.

O governo do estado informou que a probabilidade de a onda da lama chegar ao rio São Francisco é reduzida.

Novo susto
Os moradores tiveram mais um susto neste domingo por volta das 5h30. Uma sirene tocou e foi ordenada a evacuação da cidade porque a barreira de número seis da mineradora corria risco de romper também.

Até mesmo as buscas por desaparecidos em meio à lama e escombros foram interrompidas pelos bombeiros devido ao risco de novo rompimento.

Horas depois, os técnicos do governo consideraram não haver mais risco de deslizamento e os cerca de 3 mil moradores puderam voltar para suas casas.

Responsabilização
A Justiça ordenou três bloqueios de recurso da Vale após a tragédia. Juntos, eles somam R$ 11 bilhões, que deverão ser usados para a reparação dos danos e indenizações provocadas pela tragédia.

O último pedido de bloqueio – de R$ 5 bilhões – foi assinado pelos promotores Maria Alice Costa Teixeira, Marcelo Schirmer Albuquerque, Cláudia Spranger e Márcio Rogério de Oliveira, do Ministério Público mineiro.

Na ação, eles destacaram que além de danos materiais, as vítimas sofreram “evidentes e notórios danos morais, psicológicos, emocionais, comunitários, de saúde e culturais”.

Anteriormente, o Judiciário já havia ordenado o bloqueio de R$ 5 bilhões, numa solicitação, e de R$ 1 bilhão, noutra.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda multou a Vale em R$ 250 milhões.