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Déficit de chuva em Brusque em 2020 chega a quase 600 milímetros; confira dados

Mês de março registrou o maior déficit com -146,5 mm

A Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil de Brusque realizou um balanço da quantidade de chuvas registradas no município este ano. De acordo com o relatório, dos 1368,1 milímetros previstos de 1º de janeiro até esta segunda-feira, 26 de outubro, foram registrados 785,44 milímetros. Ou seja, foi registrado um déficit total de chuva prevista de -582,66 milímetros.

O mês de março foi o de maior déficit, com -146,5 mm, seguido de outubro com -110,5 mm e maio com 93,64 mm. Conforme do relatório da Defesa Civil, apenas no mês de janeiro e junho as chuvas na cidade ultrapassaram o previsto, com +24 mm e +44,3mm, respectivamente.

O nível do Rio Itajaí Mirim também preocupa. Em uma situação normal, sua medicação ficaria 0,80 centímetros a 1.00 metro, porém na última medição realizada na noite de sexta-feira teve sua cota registrada em 68 centímetros, na régua física da Ponte Estaiada.

“Vivemos uma situação preocupante de estiagem rigorosa. A população precisa estar ciente e colaborar utilizando este recurso de forma racional”, completa o diretor da Defesa Civil, André Cristiano Archer. Segundo ele, as chuvas isoladas dos últimos dias não modificaram o panorama de estiagem.

Captação do Samae de Brusque no Ribeirão do Mafra Foto: Prefeitura de Brusque/Divulgação

Abastecimento de água

O diretor presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Brusque (Samae), Dejair Machado explica que por conta da estiagem, a autarquia enfrenta problemas na região abastecida pela estação isolada de Ribeirão do Mafra.

A estação atende a população do Cedro Alto, da rua David Hort, da travessa Dom Joaquim até os bairros Cedrinho e Thomaz Coelho. Segundo ele, o abastecimento para os demais pontos do município está normal. “A região afetada corresponde a cerca de 3% de toda a água distribuída na cidade”, afirma.

Machado ressalta que o problema, embora pontual, se deu por conta da estiagem. “Não é porque está faltando algum produto ou deu problema técnico. É estiagem. Na estação do Ribeirão do Mafra a gente produzia em torno de 60m³ por hora e hoje não chega a 20m³ por hora” destaca.

Para amenizar o problemas da população atingida pela falta de água, o Samae atua com dois caminhões de 15 mil litros cada, jogando água tratada no sistema. Além disso, outro caminhão de 5 mil litros abastece as residências onde a água não chega por falta de pressão.

“Nós fizemos ainda uma outra captação para dar um reforço, colocamos bomba, colocamos gerador, buscamos de uma outra fonte, mas como tem chovido muito pouco, a vazão vai diminuindo e a pressão já não consegue atingir as residências localizadas em pontos mais altos”, detalha Machado.

Queimadas

Períodos de estiagem também contribuem para a incidência de queimadas. De acordo com a Defesa Civil, a população precisa ter cuidado com a vegetação seca, pois o fogo se propaga mais facilmente.

Para a prevenção é necessário ficar atento às seguintes recomendações: ter cuidado com qualquer tipo de faísca, que possa atuar sobre a vegetação; não jogar bitucas de cigarro no chão; não acender fogueiras próximas a vegetação e não queimar móveis, lixo, folhagens, galhadas e entulhos;

O incêndio acontece a partir de uma fonte de calor como raios, fogueiras, faíscas ou cigarros, que entra em contato com algum material combustível como grama seca, folhas, arbustos e pinhas.

“Esses materiais queimam rapidamente e necessitam de menos energia para alcançarem a combustão. Por estarem em local aberto, contam com o vento que espalha e aumenta o fogo”, destaca o diretor da Defesa Civil.

Archer ressalta que a prática da queimada é crime, previsto na Lei de Crimes Ambientais e no decreto federal 6.154/08, com multas de até R$ 50 milhões e penas que podem chegar a quatro anos de reclusão.


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