Dejair Machado comenta cassação de Paulo Eccel na Câmara
Vereador pondera que racha na base aliada, em 2014, fez prefeito perder comando do Executivo
O vereador Dejair Machado (PSD) dedicou seu pronunciamento, na sessão de ontem, a comentar a cassação do ex-prefeito Paulo Eccel. Ele pondera que, se não tivesse rompido com partidos da base aliada, em fevereiro de 2014, Eccel não teria perdido a maioria no Legislativo, teria eleito um presidente de seu bloco partidário, o qual, por sua vez, seria hoje o prefeito interino.
“Eu disse, quando o prefeito perdeu a votação do Cimvi, e no dia seguinte botou gente na rua, que quem embarca na vingança cava duas covas, e parece que eu já estava prevendo”, afirmou Machado, na tribuna, referindo-se às exonerações de servidores ligados ao PP, PMDB, PR e PPS, logo após vereadores desses partidos terem votado contra um projeto de lei do Executivo.
Em relação à cassação em si, Machado também afirmou que vinha alertando o Executivo, em seus pronunciamentos, de que os investimentos em publicidade da prefeitura, na sua opinião, serviam para promoção pessoal do ex-prefeito Paulo Eccel.
“O que aconteceu e não querem admitir, é que por arrogância, pela soberba, se achavam no direito de fazer o que bem entendiam, baseando-se numa jurisprudência, e num corpo de advogados que orientou muito mal”, continuou o vereador. “Se a Ammvi e a Fecam orientaram, orientaram muito mal, orientaram para a cassação. O corpo jurídico se achou melhor do que os outros, e deu no que deu”.
O vereador Valmir Ludvig (PT), rebateu as afirmações. O petista disse que não existe nenhuma promoção pessoal do ex-prefeito, quando ele informava as obras que estavam sendo feitas. “E a Fecam orientou todos os prefeitos de todos os partidos, e diz que são casos semelhantes e que são julgamentos diferenciados. Nós entendemos que foram dois pesos e duas medidas. Inclusive, um dos juízes aqui do TRE-SC disse, em 2012, que lá em cima [TSE] sabia que ia perder”, opinou.
Eleições indiretas
Machado também comentou o fato de que a Câmara vai escolher o novo prefeito, por eleição indireta, o que tem motivado severas críticas por parte da população, que se sente excluída do processo. “Se alguém perguntasse para mim, se eu tivesse que decidir, decidiria pela direta, sempre, respaldado pelo povo, o que dá uma autoridade mais eficaz, mas não foi a Câmara que estabeleceu”.
O vereador Jean Pirola (PP), presidente do Legislativo, também se pronunciou sobre a eleição. “Estamos passando por um momento crucial, mas tenho certeza que saberemos lidar com essa situação, com a responsabilidade que temos com cada eleitor que nos depositou seu voto, e que saberá aceitar as decisões que forem tomadas pelas 15 pessoas que estão neste plenário”.