Delegado diz que denúncia de cárcere privado em Brusque é inconsistente; entenda
Caso foi atendido pela Polícia Militar na noite desta quinta-feira
Caso foi atendido pela Polícia Militar na noite desta quinta-feira
A Polícia Militar atendeu na noite desta quinta-feira, 9, uma denúncia em que uma mulher estaria mantida em cárcere privado por cinco dias no bairro Thomaz Coelho, em Brusque. A própria denunciante acionou a polícia após conseguir pegar o celular do companheiro, conforme relatou.
Após a ocorrência ser atendida, a investigação ficou a cargo da Polícia Civil. O delegado Alex Reis, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Brusque, foi quem atendeu o caso. No entanto, ele aponta inconsistências nos depoimentos e afirma que necessita de maior apuração.
Alex explicou a dinâmica do caso. A denunciante, uma mulher de 32 anos, e seu antigo companheiro teriam terminado uma relação de 11 anos há um ano e meio. Ela possuía uma medida protetiva contra ele. No entanto, o delegado afirma que neste período não houve nada que justificasse o cumprimento de prisão do homem.
A denunciante, porém, estaria com um novo namorado, conforme relatou o delegado. De acordo com os depoimentos da mulher, após descobrir a possibilidade de o namorado ser usuário de drogas, ela teria telefonado para o ex-companheiro para vir com caminhão e auxiliá-la na mudança de casa.
“Mesmo com essa medida protetiva, ela ligou para o antigo companheiro, que buscou ela e a levou para casa. Eles ficaram residindo nesta casa por cerca de 15 dias, porque ele se recusava sair da casa. Porém, chama atenção o fato que ela saiu com ele para fazer entregas por cinco dias, tendo contato com a própria mãe e com outras pessoas”, diz Alex.
Entre as inconsistências que o delegado classifica, ele questiona também a maneira em que ela denunciou o caso. “Ela não teria denunciado antes por medo, por ameaça, mas depois ela fez isso por telefone mesmo estando sozinha? Consta também no relato dos policiais militares que nenhum dos filhos do casal mencionou que o pai teria sido agressivo com ela”, afirma.
Em uma das situações em que eles estariam fazendo entregas, a mulher encontrou com o ex-namorado e teria dito a ele que estava sofrendo pressão, que o ex-companheiro teria a ameaçado. Porém, mesmo assim, retornou para a residência, conforme diz o delegado.
“Ela não tem o que justificar que havia cárcere privado em um primeiro momento. A versão dela é confusa e não justificaria de forma alguma prender o ex-companheiro. Então, se houve ou não cárcere privado, em um primeiro momento causa muitas dúvidas e precisa ser melhor apurado”, afirma.
Por fim, o delegado diz que, justamente por causa de inconsistências no depoimento, não foi possível prender o homem acusado de mantê-la em cárcere privado. “Não foi suficiente o que foi constatado para prender alguém em flagrante. Depende de melhor apuração, pois há pontos bastantes controversos”, diz.
A partir de agora as investigações devem ficar a cargo do delegado Matusalem Júnior de Moraes Machado, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) de Brusque.
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