Delegado explica como era atuação de grupo que traficava drogas em Brusque
Drogas, armas, anabolizantes e R$ 35 mil em espécie foram apreendidos em operação realizada nesta sexta-feira, 28
Drogas, armas, anabolizantes e R$ 35 mil em espécie foram apreendidos em operação realizada nesta sexta-feira, 28
Em operação conjunta da Divisão de Investigação Criminal (DIC) com a Polícia Militar de Brusque realizada nesta sexta-feira, 28, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em três municípios. Além de drogas, armas, anabolizantes e objetos relacionados ao tráfico, as autoridades também apreenderam cerca de R$ 35 mil em espécie. Uma pessoa foi presa em flagrante.
O delegado Alex Bonfim Reis explica que outros envolvidos não foram presos por não estarem em suas residências no momento da abordagem. Alguns se apresentaram de vontade própria à delegacia, e outros serão intimados. Mesmo não sendo pegos em flagrantes, eles não estão isentos a processo e prisão posteriores.
Reis relata que as denúncias feitas pela população contribuiram para o estopim desta e que a união das polícias também são o motivo de outras operações das polícias do município. O delegado conta que a maioria dos investigados são jovens, incluindo o que foi preso.
Segundo o delegado, é prematuro falar que eles pertenciam a uma facção criminosa, mas as ações dos suspeitos estavam espalhadas em diferentes cidades pela forma bem estruturada de trabalho e atuação do grupo.
“Havia uma forma piramidal de distribuição, com as peças-chaves, que comandavam o esquema, e distribuidores. Essas pessoas estavam espalhadas por toda a cidade e, assim, elas conseguiram abranger uma grande área dentro da cidade de Brusque. Havia pontos, sedes estabelecidos em Itajaí, Porto Belo. A gente acredita que a prisão inicial e elementos que colhemos nesse momento vão dar resultado muito forte no combate ao tráfico”, afirma.
O tenente-coronel da Polícia Militar, Otávio Manoel Ferreira Filho, ressalta a importância do combate ao tráfico em Brusque para que o município mantenha o baixo índice de homicídios.
“Não é por acaso que os índices de homicídios na nossa cidade são baixíssimos, porque aqui o tráfico não consegue crescer. Qualquer cidade hoje, no estado ou no Brasil, que tem índice de homicídio alto, está ligado ao tráfico de drogas, que é o principal fator de combate nosso na cidade nesse momento”, diz.
A complexidade da operação não permitiu que a operação fosse feita antes, segundo o delegado Reis. Ele explica que a apreensão de outras drogas, como ecstasy, poderia ter sido ainda maior se acontecesse antes do Carnaval.
“Infelizmente, não conseguimos agir antes, mas agimos quando podiámos. Se pudéssemos agir antes, acredito que o volume de drogas seria muito maior e reflitiria a roubustez e a força que eles tinham na cidade do Brusque. Mas o valor financeiro que a gente apreendeu já aponta neste sentido”, ressalta.
Ele também fala que Brusque é uma cidade-alvo do tráfico de drogas pelo poder aquisitivo alto da população. “É uma cidade com índice de desenvolvimento humano alto, o que consequentemente favorece o consumo de entorpecentes de alto padrão, como ecstasy ou cocaína, que vendo sendo apreendida cada vez mais”, acrescenta.
Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, sendo oito em Brusque, um em Itajaí e outro em Porto Belo.
Foram apreendidas duas pistolas, munições de diversos calibres, maconha, cocaína, ecstasy, anabolizantes, dinheiro e demais objetos relacionados ao tráfico de drogas.
A operação é fruto de uma investigação iniciada pela Dic em 2019, com apoio da Agência de Inteligência da Polícia Militar.
Participaram também da operação policiais civis da DIC de Blumenau, DIC e SIC de Itajaí, SIC de Itapema, de Porto Belo, São João Batisita e Brusque, Canil de Itajaí, Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) e Rocam de Brusque, e Delegacia de Polícia do Município de Guabiruba e Major Gercino.