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Delegado relata depoimento de jovem que perfurou pescoço de vítima, em Brusque

Polícia Civil ouviu o agressor na manhã desta quarta-feira

Na manhã desta quarta-feira, 19, o delegado Alex Bonfim Reis, responsável pelo caso do jovem que teve o pescoço perfurado e o carro roubado em Brusque, contou em entrevista as diligências tomadas pela Polícia Civil na investigação do caso.

Por volta das 22h de terça-feira, 18, os policiais foram acionados para investigar uma tentativa de latrocínio e de estupro, na qual um jovem teria sido amarrado, estuprado, agredido e jogado no rio.

Os policiais civis foram até o Hospital Azambuja, onde vítima se encontra, mas como o jovem estava em estado grave, não foi possível colher informações.

Então a Divisão de Investigação Criminal (DIC) foi até o local onde a vítima foi encontrada, na localidade da Cristalina, para conversar com as testemunhas.

O veículo da vítima que fora roubado foi registrado no sistema e por volta das 6h desta quarta-feira, o alarme apitou e os policiais conseguiram identificar que o carro estava no bairro Águas Claras, sentido a São João Batista, próximo ao trevo de acesso ao município.

Uma guarnição que estava próximo ao local efetuou a abordagem e deteve o até então suspeito, identificado como Welington Godoi da Silva, 21 anos.

A versão do agressor
Ele foi levado à Delegacia de Polícia Civil, onde foi ouvido pelo delegado. Segundo Reis, durante o depoimento, Silva negou o estupro e alegou que a relação sexual foi consentida.

De acordo com a versão do agressor, ele e a vítima teriam agendado um programa e que a vítima deveria pagar R$ 200. Eles se encontraram no Centro e depois seguiram para um local onde a relação teria acontecido.

Após o ato, a vítima teria dito que não teria como pagar. Então Welington pegou uma fita que havia dentro do carro e amarrou as mãos da vítima nas costas e a ameaçou com uma faca.

Em seguida eles foram até a rua Ernesto Bianchini, no Guarani, onde começaram a discutir. Segundo Welington, a vítima tentou o agredir e após a tentativa ele ficou nervoso e perfurou a garganta do jovem com a faca que utilizou na ameaça.

Diferente da versão da vítima, relatada por um morador, o agressor diz que foi o jovem quem se jogou no rio. Depois disso, Welington alega que ficou nervoso e resolveu fugir.

O delegado ressaltou que a vítima tinha uma “extraordinária vontade de viver” porque mesmo com a garganta cortada e com as mãos amarradas, ele conseguiu atravessar o rio a pé, em trecho raso.

“Não temos dúvidas da autoria”, afirma o delegado. Welington foi autuado em flagrante e por enquanto vai responder pelos crimes de tentativa de latrocínio e estupro.

Contradições
Como a versão da vítima, apresentada pelas testemunhas, e a do agressor divergem em alguns pontos, o delegado explica que vai continuar com as investigações até solucionar as divergências.

A primeira delas seria sobre o estupro. A vítima será ouvida e as guias para o exame de corpo delito já foram expedidas e serão entregues ao Instituto Médico Legal (IML). Outra informação divergente é sobre como a vítima foi parar dentro do rio. As partes serão ouvidas e a Polícia Civil vai realizar uma reconstituição do caso.

As informações preliminares diziam que a vítima teria saído da aula e teria dado carona para o agressor. Segundo o delegado, o agressor negou que os dois estudem juntos.

Próximos passos
Reis explica que durante esta quarta-feira, 19, vai continuar ouvindo as testemunhas e possivelmente levará o agressor até o Fórum para a audiência de custódia.

Algumas testemunhas foram ouvidas nesta manhã, bem como a família da vítima. O jovem será ouvido quando estiver em condições de falar com a polícia.

A intenção é encaminhar o agressor à Unidade Prisional Avançada (UPA) ainda nesta quarta-feira.