Delegado relata que autor de atentado em creche sofria bullying e maltratava animais
Jovem ainda não foi ouvido e está passando por cirurgia
Jovem ainda não foi ouvido e está passando por cirurgia
Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, 4, o delegado responsável pela investigação do massacre a uma creche do município de Saudades, no Oeste Catarinense, relatou que o autor do crime era vítima de bullying na escola e possuía histórico de maus tratos animais.
Após matar três crianças e duas professoras, Fabiano Kipper Mai tentou tirar sua própria vida. O jovem de 18 anos está passando por cirurgia em Chapecó e ainda não pode ser ouvido pela polícia. O perfil dele será traçado nos próximos dias.
“Já temos algumas informações que mostram que ele era um rapaz problemático. Era muito introspectivo e vinha maltratando alguns animais. Gostava de jogos online, alguns com violência, e tinha problemas dentro de casa”, relatou o delegado Jerônimo Marçal Ferreira.
Por conta do bullying dos colegas, Fabiano não queria mais ir para a escola. A família, de acordo com a investigação, não soube como ajudar o jovem. Ele estava no ensino médio e trabalhava em uma empresa do município de Saudades. Com o trabalho, guardou R$ 11 mil.
“Estivemos na casa dele com os pais e a irmã, mas ele não se abria. Não tinha namorada, não tinha celular e os poucos amigos tinham se afastado dele. Ninguém da família imaginava que ele ia fazer algo do tipo”, conta.
O jovem possuía duas armas brancas. A maior, uma espécie de espada, foi usada no crime. A menor foi localizada na casa dele. Ambas haviam sido compradas há pouco tempo. “Vamos trabalhar com a perícia. Mas, sendo honesto, não sei se vamos conseguir descobrir porque ele fez aquilo e poder prevenir casos futuros na sociedade”, desabafou o delegado.
O sargento Marcos, que foi um dos primeiros a chegar na escola, foi acionado pela população que viu um homem com uma faca. “Como a cidade é pacífica não imaginava algo tão violento. De pronto me desloquei com meu carro particular e me deparei com o homem detido por moradores e vi que havia pessoas em óbito”, diz.
O policial também explica que por conta da gravidade dos ferimentos de Fabiano, especialmente na região do pescoço, ele estava sem ar. Portanto, era difícil conversar com ele. Também não foi possível detectar se ele estava sob efeito de substâncias.
O delegado Jeronimo também elogiou a atitude das professoras que estavam no local e se trancaram dentro das salas de aula com as crianças para que Fabiano não atacasse outros alunos. Os vizinhos, que impediram que ele continuasse o massacre, também foram homenageados.
Os corpos das três crianças e das duas educadoras estão no Instituto Geral de Perícias de Chapecó e no Hospital Regional do Oeste. Eles devem ser liberados por volta das 22h desta terça-feira para que as famílias possam velar as vítimas.
As duas meninas e um menino ainda não tiveram a identidade divulgada, porém as professoras eram Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, que atuava na educação há cinco, e Mirla Renner, de 20 anos, que chegou a ser hospitalizada, mas não sobreviveu.
Colaborou Lorena Polli
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