Thiago Facchini/O Município
Delegado sugere implantação de casa sigilosa para acolher mulheres vítimas de violência doméstica em Brusque
Assunto foi trazido por delegado durante fala em sessão da Câmara de Vereadores
O delegado Odair Rogério Sobreira Xavier, da 1ª Delegacia de Polícia da Comarca de Brusque, discursou na sessão da Câmara de Vereadores nesta terça-feira, 13. Ele sugeriu aos vereadores o início do debate pela implantação de uma casa sigilosa para acolher mulheres vítimas de violência doméstica na cidade.
O assunto foi abordado após questionamento do presidente da Câmara, Jean Dalmolin (Republicanos), que pediu ao delegado que comentasse sobre a necessidade da implementação do projeto.
Sobreira relata que, muitas vezes, sobretudo em atendimentos de plantão, a Polícia Civil tem dificuldades para encaminhar a mulher vítima de violência. Caso retorne à residência, não haverá proteção, pois pode ter contato com o agressor que ela denunciou.
“Atualmente, a mulher vai até a delegacia e registra o boletim de ocorrência. Muitas vezes, porém, a mulher não tem para onde ir. Sinto que há [ainda mais] dificuldade no plantão, pois, na madrugada, não há para onde levar esta mulher”, lamenta.
A sugestão do delegado é para que o assunto comece na Câmara, mas entende que a competência é da Prefeitura de Brusque. A avaliação de Sobreira é que o Legislativo poderia abrir o debate sobre o assunto.
A casa ficaria em um endereço praticamente sigiloso no município. Desta forma, a mulher poderia ser acolhida no espaço logo após o registro da ocorrência de violência doméstica. A intenção é que os filhos também sejam recebidos. Desta forma, a Polícia Civil poderia prestar apoio direto à mulher.
“Corremos risco de a mulher voltar para casa ou ir para a residência de um parente que o agressor poderá supor onde ela está. Na casa destinada ao acolhimento, ela ficaria em um lugar sigiloso, até com proteção policial”, considera.
Brusque destaque
O delegado também falou sobre a situação da segurança pública no município. Além disso, comparou os panoramas do Brasil e de Santa Catarina. Ele afirma que, enquanto o país possui índices ruins, o estado caminha no sentido contrário e possui bons números.
Apesar das boas estatísticas da segurança pública catarinense, o delegado entende que ainda há o que melhorar. Para ele, o estado tem condições de chegar em um patamar de segurança europeu.
A Polícia Civil de Brusque enfrenta problemas com efetivo. De acordo com Sobreira, são 42 policiais na cidade, uma média de um policial para cada 3 mil habitantes, número considerado baixo. No Brasil, a média é de um policial para cada 2 mil habitantes.
“Somos a terceira cidade mais segura do estado e a 13ª do país. Ficaríamos em uma posição melhor caso não fossem as fatalidades que ocorreram no final do ano. Temos dificuldade de atender toda demanda nas delegacias”, comenta.
O delegado chegou à Polícia Civil de Brusque em novembro de 2023. Antes, era delegado regional de São Bento do Sul, no Norte de SC. Ele afirma que encontrou em Brusque uma junção de esforços entre poder público e iniciativa privada em busca de melhorias na segurança pública.
“O empenho do poder público e da iniciativa privada é referência em nível nacional. Esta soma de esforços, este comprometimento, apresenta os resultados em que temos motivos para comemorar. Creio que estamos no caminho certo e ainda podemos avançar”.
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