Dengue: Brusque registra aumento do número de focos e diagnósticos da doença
Diretora de Vigilância em Saúde, Ariane Fischer, comenta sobre o cenário epidemiológico
Diretora de Vigilância em Saúde, Ariane Fischer, comenta sobre o cenário epidemiológico
Os números da dengue e dos focos do mosquito aedes aegypti em Brusque em 2022 não param de subir. De acordo com os dados divulgados pela Diretoria de Vigilância em Saúde do município, a cidade já soma cerca de 673 focos mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, entre outras doenças.
Além disso, cidade já soma 111 diagnósticos confirmados para dengue desde o início do ano. Todos autóctones, ou seja, contraídos no município.
Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Ariane Fischer, o problema preocupa pois o aumento está sendo notado também em outras cidades catarinenses, mas garante que as equipes estão capacitadas.
Porém, Ariane conta que, somente nesta terça-feira, 22, foram realizadas 50 coletas de sangue para serem enviadas para análise de dengue em Brusque.
“É notório que o cenário epidemiológico, assim como em todos os municípios de Santa Catarina, está com os números de focos e casos positivos elevados. É sazonal, diminuiu os sintomáticos respiratórios da Covid-19 e aumentou os da dengue. Pedimos para que a população recebam os profissionais e deixem entrar nos seus quintais, pois eles são treinados e tem um olhar diferenciado na identificação e eliminação de possíveis criadouros”, diz a diretora.
Ariane aproveita para afirmar que, pelo menos na região de Brusque, acredita-se que a causa principal no aumento dos números é a combinação de chuva, calor, exposição do ovo à água e mosquitos voando, o que resulta em uma transmissão rápida.
Já sobre os tratamentos realizados com larvicidas e inseticidas (bloqueios), a diretora afirma que eles só são autorizados mediante algumas evidências epidemiológicas e que os produtos não estão disponíveis para compra da população.
“É o estado que nos fornece esses tratamentos. Logo, dependemos dessa liberação para sermos direcionados aos locais que precisamos usar esses produtos. Vale lembrar que o tratamento para casos positivos e para focos positivos são diferentes, cada um tem a sua peculiaridade” informa Ariane.
Questionada sobre os questionamentos da população quanto lotação dos postos de saúde, Ariane diz que a recomendação é para que o cidadão procure fazer o exame médico seis dias após os sintomas. Assim, a possibilidade de dar negativo em um paciente que está positivo é menor. Ela afirma também, que os sintomas de dengue e Covid-19 são parecidos e por isso, deve-se descartar a Covid-19 primeiro.
“A partir do descarte, se pensa em investigar sobre a possibilidade de ser dengue. Falamos com a pessoa, perguntamos se alguém da família tem ou já teve dengue. Essa pesquisa é importante para se ter a certeza”, explica Ariane.
“Na tarde desta quarta-feira, 23, teremos uma reunião com um infectologista para capacitar os profissionais de toda a rede de saúde da cidade no manejo da dengue. Já estamos acostumados com problemas que acontecem em massa durante alguns meses do ano. Nosso papel como vigilância é tentar conter a contaminação e orientar a população”, complementa.
A diretora afirma que, cada mosquito fêmea, pode picar até 150 pessoas, além de poder colocar mais de 100 ovos e, durante a sua vida, repete a colocação de ovos por até cinco vezes. O mosquito pode sobreviver até 40 dias e o ovo colocado sobrevive em local seco por até 450 dias, inclusive no inverno. Quando em contato com água, o ovo eclode para mosquito em um ciclo de sete dias.
Ariane Fischer comenta que, caso o bairro tiver mais de um foco positivo dentro de um raio de 150 metros, a localidade é observada com mais atenção e as ações passam a ser mais intensivas. Confira abaixo, os bairros mais infestados:
De acordo com a determinação estadual, os bairros com casos positivos precisam receber a aplicação de inseticida. Até o momento, os bairros Santa Terezinha, Souza Cruz, Águas Claras, Rio Branco, Dom Joaquim e Jardim Maluche já foram pulverizados.
Ariane Fischer diz que o primeiro sintoma da dengue é febre alta, geralmente entre 39°C a 40°C. Ela alerta também para dores musculares e nas articulações.
A técnica de enfermagem de 34 anos, Jenifer Mariani, teve diagnóstico positivo para dengue em fevereiro deste ano. Segundo ela, ao acordar de madrugada, sentiu febre, dores no corpo, nas articulações e calafrios.
“Como os sintomas eram parecidos com a da Covid-19, procurei o posto de saúde. Eu tive Covid-19 em setembro de 2020 e achei que tivesse ficado ruim, mas a dengue foi muito pior. Tive a sensação de que fosse morrer, de que não voltaria mais para casa”, relembra.
A recomendação atual divulgada pela Secretaria de Saúde de Brusque é de que se a pessoa perceber que está com sintomas da doença, um posto de atendimento deve ser procurado.
Para denúncias, tanto pelo WhatsApp ou através de ligações, o número é (47) 9 8813 0095. Para conferir quais são as principais medidas de prevenção e combate ao aedes aegypti basta clicar aqui.
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