Dentista brusquense relata como foi a missão voluntária na Angola

Ele ficou em um povoado carente por cinco dias prestando serviços à população

Dentista brusquense relata como foi a missão voluntária na Angola

Ele ficou em um povoado carente por cinco dias prestando serviços à população

Motivado pelo desejo de ajudar as pessoas, o dentista brusquense Edinei Pinto, 37 anos, viajou até a Angola no dia 15 de abril para ajudar um povoado carente na cidade de Lubango.

Arquivo Pessoal

Ele ficou no local até no sábado, 20, e chegou no Brasil no domingo, 21. O objetivo da missão voluntária foi prestar serviços clínicos dentários à população e ensinar novos procedimentos para os profissionais do povoado.

Edinei escolheu o país africano pois lá não existe serviço público de saúde e o acesso a médicos e dentistas é bastante difícil.

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O brusquense conta que a parte mais difícil da viagem foi a saudade da família. No entanto, ele está realizado após essa missão. “Todo mundo deveria viver isso”, diz.

Recepção

Quando chegou no aeroporto em Luanda, capital de Angola, sete pessoas estavam esperando para recepcioná-lo. No hospital onde Edinei trabalhou, todas as atividades foram interrompidas até a chegada dele, pois estavam todos se preparando para recebê-lo.

De terça-feira a sábado Edinei ia até o hospital todos os dias pela manhã e seguia trabalhando até o fim da tarde, parando apenas para almoçar.

No primeiro dia ele atendeu todos os funcionários do hospital e os familiares de cada um, e depois começou a ensinar os dois profissionais e a atender a população.

Impressões

O que mais chamou a atenção do brusquense foi a simpatia das pessoas. “A felicidade e a gratidão deles é difícil de ver aqui”, conta. Uma curiosidade é que eles têm costume de responder “obrigado” quando alguém diz “bom dia”.

Edinei descreve que a comunidade é bastante simples. As casas são de barro, a maioria dos lugares não tem água encanada ou energia elétrica. Os lugares onde existe eletricidade são abastecidos por um gerador.

A escola também não tem muita estrutura e as crianças têm que levar cada uma a sua cadeira.

No entanto, o dentista conta que o sorriso sempre está estampando no rosto das pessoas. “Sentem gratidão pelo mínimo que seja, são felizes pelo que têm”, ressalta.

Crianças levam cadeira de casa para a escola | Foto: Arquivo Pessoal

O atendimento

O hospital que atende a comunidade tem apenas uma médica, que trabalha voluntariamente no local há 28 anos, e por isso o atendimento é demorado.

Edinei explica que, às vezes, as pessoas ficam um dia inteiro aguardando atendimento e mesmo assim não reclamam, pois tem consciência de que se não esperarem vão continuar doentes.

O dentista atendeu diversas pessoas durante os cinco dias que permaneceu no povoado e durante as consultas também ensinava os dois profissionais que trabalham no local. “Eles aprenderam bem e rápido. Os últimos pacientes eu deixei eles atenderem e desempenharam de uma forma bem correta”, diz.

Com a ajuda de Edinei eles estão capacitados para realizar extração de dente de forma correta e segura e fazer manutenção dentária.

O hospital tem uma máquina de raio x moderna e uma de limpeza de dentes, que não eram utilizadas por falta de conhecimento. Edinei também os ensinou a utilizar estes equipamentos. “Ficaram impressionados”, lembra.

A população ficou bastante agradecida pela ida do dentista até o local. Na despedida do médico, toda a equipe foi até o aeroporto para dizer tchau e agradecer novamente pela ajuda dele.

Voluntariado

A ideia de viajar para prestar auxílio foi pensada durante um ano. Pesquisando em organizações não governamentais (ONGs) Edinei encontrou esse povoado por meio de de um brasileiro que cuida de uma igreja na cidade de Lubango.

Em contato com os responsáveis, soube da realidade da região e decidiu ficar lá por sete dias. Ele não conseguia ficar por mais tempo porque a esposa está grávida e também tem um filho de dois anos. Além disso, precisa dar continuidade aos atendimentos na clínica.

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O que levou Edinei a fazer a missão na Angola foi o anseio por ajudar o próximo. Ele conta que encontra-se em uma fase que precisa dar mais significado à vida e aprender a dar mais valor ao que conquistou.

Ainda este ano o dentista quer trazer um deles para o Brasil para ensinar a fazer prótese dentária, pois tem pessoas que estão sem dentes e precisam de uma prótese.

Para continuar a missão daqui de Brusque, ele já está separando materiais para enviar para o hospital, para que eles estejam sempre equipados.

Semear o bem

Um dos objetivos do brusquense era incentivar outras pessoas a realizarem missões voluntárias, tanto no local quanto em outros lugares. Edinei conta que cerca de dez pessoas, das mais diversas áreas, já procuraram procuraram ele para saber como ajudar o povoado.

Além disso, no fim do ano três dentistas da clínica onde ele trabalha vão até Lubango para prestar auxílio à população.

Quem tiver interesse pode entrar em contato com Edinei pelo Whatsapp, no telefone (47) 9 9921-4703.

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