Denúncia contra Giraldi e Pirola é arquivada
Representação queria abertura de inquérito por abuso do poder, quando eles acataram candidatura de Bóca Cunha
Representação queria abertura de inquérito por abuso do poder, quando eles acataram candidatura de Bóca Cunha
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) indeferiu nesta sexta-feira, 15, representação formulada pelo ex-superintendente da Fundação Cultural de Brusque, Marcos Fumagalli, contra os vereadores Moacir Giraldi (DEM) e Jean Pirola (PP), relacionada aos atos da mesa-diretora da Câmara, a qual acatou a candidatura de José Luiz Cunha, o Bóca, em junho.
A alegação contida na representação é a mesma utilizada pelos advogados do presidente da Câmara, Roberto Prudêncio Neto (PSD), para tentar anular judicialmente a candidatura de Bóca e, consequentemente, a eleição e a posse ocorridas em 5 de junho.
A denúncia encaminhada ao Ministério Público sustenta que a mesa-diretora da Câmara, à época presidida por Pirola, descumpriu decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) ao permitir a inscrição de nova chapa quando, conforme o grupo ligado a Prudêncio, deveria apenas ter dado continuidade à eleição que já estava em andamento, com candidatura única.
A representação defendeu, portanto, “que a lei eleitoral foi atropelada, com o fim de implementar projeto de poder do Partido Progressista e impedir Roberto Prudêncio de se consolidar como prefeito”.
O promotor Daniel Westphal Taylor, da 3ª Promotoria de Justiça, indeferiu a representação, mas informou que não entrará no mérito do acerto ou não da decisão da mesa-diretora, porque o Ministério Público ainda não se manifestou, na ação que tramita na Vara da Fazenda, na qual se discute o tema.
Para ele, portanto, a discussão tem que ser feita no Judiciário, não cabendo a abertura de inquérito para analisá-la.
A representação proposta por Fumagalli também contesta o fato de que a decisão em acatar a candidatura de Bóca foi tomada sem a presença de André Rezini (PPS), também membro da mesa-diretora.
No entanto, isso não foi acatado, porque, segundo a ata da reunião, os vereadores Giraldi e Pirola tentaram contatar Rezini na noite em que foi realizada a reunião, mas ele não compareceu.
A representação contra os membros da mesa-diretora já havia sido anunciada por advogados de Prudêncio há bastante tempo mas, na prática, a única que foi protocolada, até o momento, foi essa, proposta por Marcos Fumagalli.
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Essa já é a segunda vez que o Ministério Público rejeita queixas relacionadas à eleição indireta em Brusque, a qual já está judicializada em duas esferas do poder Judiciário: na Vara da Fazenda de Brusque e na Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça.
Em ambos os casos, as partes estão sendo ouvidas para que os magistrados decidam sobre o mérito da decisão da mesa-diretora que culminou na inscrição da candidatura do PP e sua consequente vitória no pleito.