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Depois de 15 anos, ciclista brusquense Murilo Fischer irá passar o Dia dos Pais com o pai Egídio e os filhos

Desde a mudança para a Itália, o atleta ainda não havia passado a data com o pai

Em busca do sonho de se tornar ciclista profissional, o brusquense Murilo Fischer, de 37 anos, saiu de casa aos 17. Passou por Jaraguá do Sul, Joinville e São Paulo antes de embarcar para a Itália. No país europeu, onde vive há 15 anos, conseguiu se firmar no cenário internacional, disputando cinco Olimpíadas – somada a Rio 2016.

Quem conta a trajetória do atleta é o pai, Egidio Fischer, de 68 anos. Cada caminho percorrido pelo filho é relembrado com detalhes por Seu Egidio. Orgulhoso, ele deixa transparecer nas lágrimas a alegria de ter criado não apenas um ciclista de sucesso, mas também um filho íntegro e honesto.

Durante a conversa com a reportagem, a felicidade de Seu Egidio se evidencia sobretudo pela importância da data que se avizinha: pela primeira vez desde que Murilo foi morar na Itália, o pai poderá passar o Dia dos Pais – celebrado no domingo, 14 – ao lado do filho.

“A gente nunca tinha passado junto desde quando ele foi para a Itália. É certamente muito bom que ele passe esse dia comigo. Também tem os meus dois netos [Luca, 7 anos, e Filippo, 4] que estão aqui e vão passar junto”, diz.

Seu Egidio conta que, no domingo, a família irá preparar um almoço especial. De acordo com ele, em datas comemorativas, os Fischer gostam de se reunir em casa para celebrar.

Assim como o pai, Murilo também comemora a oportunidade de passar o Dia dos Pais ao lado de Seu Egidio: “Vai ser especial com certeza. Também sou pai, então vou passar com o meu pai e com os meus filhos. Isso é muito bom”, afirma o ciclista.

Nos anos anteriores, a data comemorativa era celebrada apenas por Skype (programa que permite chamadas de voz e de vídeo por meio da internet). As visitas de Murilo ao Brasil ocorriam apenas no período do fim do ano.

Em 2016, o atleta visitou a família mais cedo devido às aulas dos filhos e também devido à participação na Olimpíada. Nos Jogos, ele ficou em 64º lugar na prova de estrada.

Ser pai é um desafio

Embora tenha orgulho das conquistas do filho, Seu Egidio lembra que ficou receoso quando Murilo demonstrou o desejo de ser ciclista, em especial, porque projetava alguma formação educacional para o filho.

“No primeiro momento eu queria que ele estudasse. Até porque aqui no Brasil não há como seguir uma carreira de ciclista e ao mesmo tempo sustentar uma família. Mas quando vi que ele já tinha um objetivo traçado eu comecei a apoiá-lo”.

A primeira demonstração do apoio ocorreu quando o pai levou o filho a São Paulo para que ele escolhesse uma bicicleta e algumas roupas de ciclista.

“Na época eu trabalhava em metalúrgica e fazia viagens para feiras em São Paulo. Nisso, chamei ele para vir comigo. Ele comprou tudo e viu que tinha incentivo em casa. Começou com mountain bike e depois foi para o ciclismo. O Murilo sempre foi muito dedicado e esforçado”, conta o pai.

Para seu Egidio, tanto o acompanhamento no início da carreira quanto durante a infância do filho foram fundamentais para o crescimento de Murilo como pessoa e como atleta.

“É um desafio ser pai. Tem que acompanhar todos os passos do filho. Não pode desviar a atenção e tem que estar sempre orientando. Também tem que ensinar ele a levar a sério a escola. Fizemos isso com o Murilo e com o Alan [outro filho]”.

Os ensinamentos de Seu Egidio são repassados por Murilo aos filhos Lucas e Filippo. Seu Egidio conta que Murilo procura acompanhar o desempenho escolar e também procura manter os meninos em atividades esportivas fora do período de aula.

Distância

Embora acostumado a viver longe do filho, Seu Egidio costuma conversar com ele toda a semana por meio do Skype.

“O Sykpe sempre ajuda né, porque é possível ver ele e os netos, no telefone não seria mesma coisa. A minha esposa [Gorete] não consegue ficar mais de dois dias sem vê-los”, conta.

A internet também é aliada de Seu Egidio durante as competições que o filho participa. Por meio do computador, e também conversando com os amigos de Murilo, o pai ficar a par do desempenho e dos resultados do filho nas provas.

“Aqui em casa não podemos ficar sem internet. Esses dias deu um problema e ficamos sem durante dois dias e já foi um caos”, brinca.