Deputado de Santa Catarina diz que futuro não será feito por quem “se lambuza de álcool em gel”
Sargento Lima (PSL) ainda usou o termo “mocinhas na menarca” ao defender transporte público como serviço essencial
Sargento Lima (PSL) ainda usou o termo “mocinhas na menarca” ao defender transporte público como serviço essencial
Apesar de aprovado com 30 votos a favor e dois contra (uma abstenção), não escapou de polêmica a discussão do projeto de lei 135/2020, de autoria de Sargento Lima (PSL), que reconhece o transporte coletivo urbano e intermunicipal como essencial em Santa Catarina. O texto foi aprovado nesta quarta-feira, 13, na Assembleia Legislativa e segue para sanção do governador.
Para defender seu projeto, o deputado joinvilense ironizou os cuidados com o coronavírus utilizando termos como “mocinhas”.
“Quem vai construir o futuro do estado de Santa Catarina serão os homens de coragem e não as pessoas que estão se lambuzando de álcool em gel, atochando uma máscara no rosto e escondidos embaixo de uma cama feito mocinhas na menarca. Não vai ser assim que vamos construir o estado de Santa Catarina”, declarou.
A fala foi feita já durante a votação do projeto de lei. Deputado que votou a favor, Moacir Sopelsa (MDB) criticou o discurso do colega.
“Não é com coragem que a gente enfrenta a doença e nem com força”, declarou. Ele ainda falou que a Covid-19 não tem escolhido vítimas.
A petista Luciane Carminatti, que votou contra o projeto – o outro voto contra foi do também petista Paulo Eccel – também criticou a fala e disse que foi contrária ao texto, mas que fez isso com respeito.
“Deputado Sargento, eu fiquei ofendida com a sua fala. Não se trata de ser mocinha e nem se trata de ter coragem. Não se trata de dizer que quem utiliza álcool em gel, que são milhares de pessoas no mundo inteiro, são menos homens ou menos mulheres”, disse. “Não temos que baixar o nível”, completou.
Os deputados Fernando Krelling (MDB) e Jair Miotto (PSC) citaram Joinville ao justificarem seus votos. Eles lembraram que como as indústrias não pararam, as empresas estão fretando ônibus e vans para transportar os trabalhadores. Na visão deles, com até mais aglomeração que teriam com o transporte público funcionando.