Descendentes de poloneses prestigiam inauguração da praça Imigrantes da Polônia
Espaço será utilizado pela Fundação José Walendowsky para retratar a história dos poloneses no Brasil
Na manhã deste sábado, 24, foi inaugurada a praça Imigrantes da Polônia, espaço que marca os 150 anos da imigração polonesa para Brusque. Localizado na rua Francisco Sassi, no bairro Jardim Maluche, o terreno conta com oito mil metros quadrados e foi doado pela Prefeitura de Brusque. Participaram da cerimônia autoridades e descentes dos poloneses que moram na região.
Foram inauguradas duas esculturas que retratam a história dos imigrantes: O Semeador e O Batismo, ambas do artista catarinense Davi Rodrigues.
Ari Vequi, vice-prefeito de Brusque, afirma que o espaço tem o intuito de relembrar a imigração polonesa. “Os poloneses tiveram um passo importante quando vieram para essa terra e hoje muitos convivem conosco e fazem parte dessa história”, afirma.
Para ele, a entrega do espaço marca a vinda dos primeiros poloneses ao Brasil. “A praça agora é da comunidade polonesa, então nós vamos fazer todo o acervo e criar um projeto para que essa praça mostre a vinda dos poloneses ao Brasil”, diz. “Esperamos que a praça seja reconhecida como marco polonês no Brasil”, acrescenta.
Construção da praça
O projeto será desenvolvido pela Fundação José Walendowsky. O presidente João Paulo Walendowsky, diz que a fundação terá um espaço para relembrar a imigração. “É para que os imigrantes e descendentes de poloneses possam lembrar que foi aqui que tudo começou”, afirma.
A fundação já tem planos para construir um museu que apresentará relíquias das famílias que vieram para o Brasil. “Está em análise, mas temos diversas ideias, inclusive que se torne de uso para comunidade, não só para resgatar a história da imigração polonesa”, pontua.
Walendowsky diz que recentemente foi obtida a licença ambiental. A fundação já levou dois arquitetos para estudarem o local, mas eles avaliarão todas as possibilidades antes de iniciarem o projeto. “Um memorial tem que ter, talvez um museu onde guardaremos as relíquias. Isso não tem em Brusque. Hoje, tem algo na casa de um e na casa de outro”, explica.
O presidente conta que um local que servirá de inspiração para construção da praça é o Bosque João Paulo II, localizado em Curitiba, e que retrata a história da imigração polonesa. “É um bom exemplo e modelo para ser seguido e melhorado. Tudo depende da questão financeira, estamos avaliando com carinho. Não adianta fazer isso para um ano, tem que se fazer para ser durável”, ressalta.
Segundo ele, todos os descendentes estão eufóricos e felizes com a conquista. “Vemos uma participação voluntária, coisa que até então nunca tivemos. Vemos o pessoal querendo participar, não só os poloneses, de todas as etnias”.
Contribuição ao município
Rosemari Glatz, reitora da Unifebe e historiadora, participou da cerimônia. Para ela o espaço é um marco concreto da chegada dos primeiros imigrantes poloneses ao Brasil. “Foi aqui o primeiro lugar em que eles chegaram. Mais tarde eles acabaram transmigrando, mas esse é um título que nos pertence. Então temos que marcar território”.
Ela acredita que o local se tornará um ponto de atração turística. “É uma história muito rica, esse povo passou muita dificuldade, saiu de um momento difícil no país de origem, chegou em um momento difícil aqui na nossa cidade. Brusque naquele momento era recém nascida, tinha só nove anos. Tinha muita mata, não tínhamos indústria, a terra não estava preparada para o plantio. Foram tempos difíceis, precisamos reverenciar isso e dar valor”, pontua.
O prefeito de Brusque, Jonas Paegle, relembrou a contribuição dos imigrantes poloneses para a indústria têxtil em Brusque. “Os primeiros teares foram construídos pelos Tecelões de Lodz, foram teares de madeira. Brusque se tornou berço da fiação catarinense. A nossa economia foi tocada pelo tecido, pelas fábricas Schlösser, Renaux e Buettner. A indústria toda cresceu em função do começo do berço da fiação”, explica.
Também estiveram presentes na cerimônia o presidente de honra da Fundação José Walendowsky, Ivan Walendowsky, e Rizio Wachwovicz, presidente da Braspol nacional.