“Descobri uma nova paixão”, diz brusquense que mudou de operadora de caixa para auxiliar de professora
Iolanda Pereira trabalha em uma escola no bairro São Luiz
“Ganhei a conta do supermercado e não achei mais nada. Fiquei no seguro-desemprego e fui distribuindo currículo, mas não apareceu nada para eu trabalhar”, conta. Iolanda pensava que até o seguro-desemprego terminar a pandemia já teria acabado.
Enquanto isso, a moradora do bairro São Luiz seguia entregando currículos nos estabelecimentos, na busca por um emprego para pagar as contas. Até que no início de 2021 surgiu uma luz no fim do túnel. “Um dia levei currículo numa escola, para limpeza, porque precisava trabalhar, aí a diretoria disse ‘acho que tu tem bom perfil para trabalhar com crianças’ e eu falei ‘posso tentar’”. recorda.
Iolanda trabalha no Centro Educacional Quero Saber, que fica no mesmo bairro onde ela mora.
A profissional já conhecia a equipe da instituição e por isso levou o currículo lá. A diretora ofereceu a vaga para auxiliar de professora, acreditando no potencial dela por ser mãe e avó de três netos e ter experiência com crianças.
A jornada na nova profissão iniciou em janeiro deste ano. O período de teste durou 45 dias. Iolanda se adaptou ao cargo e está lá até hoje, atuando como auxiliar de desenvolvimento infantil junto com a professora Valéria Amaranta Bolonine Silva, do Maternal 1.
História
Iolanda era operadora de caixa há nove anos. Antes disso, atuou em outras áreas. “Já fui frentista, metalúrgica e costureira. São as que mais trabalhei”, comenta. Por não ter experiência na área da educação, ela não imaginava que poderia trabalhar neste setor. “Eu falei ‘posso tentar, nunca trabalhei nessa profissão de auxiliar de professora”, recorda.
A profissional achou que não teria capacidade, mas agora, quatro meses depois, ela não se vê fazendo outra coisa. “Nunca passou pela minha cabeça ser auxiliar de professora e agora eu amo o que eu faço. Chegar ali, ver aquelas crianças me esperando, eu adoro. Não me encaixo mais nas outras [profissões] que já tive”, ressalta.
No começo, Iolanda queria dar atenção para todas as crianças ao mesmo tempo, pois está acostumada com os netos. “Foi um desafio para mim, ter cada um o seu momento”, lembra.
O que Iolanda mais gosta na profissão é o carinho das crianças. “Pode ter mil problemas em casa, mas tu olha aquele sorriso das crianças e acaba com tudo. É um abraço verdadeiro, não tem preço”, afirma. “Na sexta-feira, em pensar que vai ficar longe deles, já dá aquela saudade”, complementa.
Ela pretende continuar na profissão. “Descobri que não vou conseguir ficar longe desses baixinhos. Vou levar para a vida toda”.
Iolanda está realizada. “Mesmo com esse momento triste que estamos vivendo por conta da Covid-19, ele me ensinou muito e me trouxe novas oportunidades. Pude mudar totalmente de carreira profissional e hoje vejo que foi o melhor a ser feito. Sou extremamente feliz com minha nova profissão”, finaliza.
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