Desde agosto, Brusque segue sendo a capital do futebol catarinense
O Brusque jogou a Recopa Catarinense de forma muito inteligente, teve competência e sorte de campeão, e fez o Avaí se desgastar ao máximo. Apesar de ser um único jogo, representa uma conquista muito maior do que a Copa Santa Catarina, por ser um confronto contra o campeão do estado. O Avaí, com a maior […]
O Brusque jogou a Recopa Catarinense de forma muito inteligente, teve competência e sorte de campeão, e fez o Avaí se desgastar ao máximo. Apesar de ser um único jogo, representa uma conquista muito maior do que a Copa Santa Catarina, por ser um confronto contra o campeão do estado.
O Avaí, com a maior folha salarial do estado, foi pego no contrapé com um time arrumado do Brusque, que teve, nesta altura do ano, preparo físico e entrosamento muito melhores. Cinco meses antes, em agosto, o clube conquistava a Série D, e em novembro, teve a Copa SC. Que time catarinense fez isso num passado recente? Desde novembro de 2018, são cinco finais e quatro títulos, todos conquistados fora de casa. Brusque tem sido mesmo a capital do futebol do estado.
Na medida certa
O Brusque tem que se empolgar com esta conquista. O torcedor pode começar até o “rumo a Tóquio”, as redes sociais do clube podem ter delírios transcendentais dizendo que o quadricolor é o maior do estado, mas jogadores, diretoria e comissão técnica têm que seguir com humildade e pés no chão, como espero que sigam. A temporada acabou de começar, a estreia no Catarinense é um jogo dificílimo contra o Marcílio Dias, que ainda cospe abelha africana desde a final da Copa SC. E o grande objetivo de 2020 é a permanência na Série C do Brasileiro. Nada melhor que começar um ano tão especial com título.
Chororô
Foi impressionante a soberba de alguns colegas da imprensa (ênfase no “alguns”) da minha terra natal, Florianópolis, durante e logo após o jogo. Colocavam a culpa na Federação Catarinense de Futebol (FCF), porque a data era ruim, porque era desumano (sic) “colocar um time com duas semanas de trabalho um jogo valendo título contra quem se preparou há mais de um mês”. Houve até quem abertamente se recusou a reconhecer o Brusque como um time a ser considerado porque quer ver “quando os times chegarem em condições iguais”. Como dizem por lá: “tásh tolo, né nego?”
Vovô amedrontando
Uma matéria da revista Placar, em 1976, exemplar do acervo de Ricardo Luiz Imhof. “O fantasma mora em Brusque” é uma reportagem sobre o Carlos Renaux, que estava quebrando a banca no Catarinense daquele ano, sob o comando do técnico Joel Castro. O título não veio, mas passaram-se 44 anos, e a esperança dos brusquenses é de que a história se repita, com o fantasma vestindo quatro cores. Quer compartilhar uma memória do esporte? Envie um e-mail com assunto “memória do esporte” para joao@omunicipio.com.br.