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Desistência de restauração pode colocar fim à história do Casarão Schaefer

Proprietário alega não ter interesse em nova reforma, após acidente que interditou o prédio histórico

A indecisão envolvendo os escombros do Casarão Schaefer, no Centro de Brusque, mantém incertas as possibilidades de uso da área no futuro. Interditado desde setembro de 2016, quando parte do prédio desabou durante uma reforma, ele teve um pedido de demolição negado. A construção consta no catélogo municipal do patrimônio histórico e, com isso, o caso deve ser levado para análise do Ministério Público.

A compra do prédio histórico, há 10 anos, foi feita como uma forma de investimento pelo proprietário Edson Tiemann. Segundo ele, antes do acidente, a intenção era fazer uma reforma para aproveitar o espaço de forma comercial. Ele já havia feito processo semelhante em outro prédio de Brusque, há cerca de 15 anos.

Há pelo menos seis anos Tiemann tenta colocar o prédio em condições de locação comercial. Devido aos impasses e a demora no processo, ele cogita entrar com uma ação judicial contra o Executivo para na tentativa de uma liberação para utilizar a área.

Um pedido de retirada do catálogo do patrimônio histórico também foi feito por ele, como uma forma de viabilizar a demolição do prédio. A solicitação também não teve sucesso. De acordo com ele, com o acidente, a estrutura existente ficou prejudicada e a proposta inicial de uma reforma foi inviabilizada.

Além do aumento de custos, a perda do valor histórico é indicada como principal motivo para a tentativa de demolição. “Precisaria fazer tudo do zero. Se é para restaurar algo que não tem nada de histórico, não me interessa”.

Catálogo permanente
De acordo com Carolina Meireles, diretora de planejamento do Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan) e presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (Comupa), a remoção de um prédio do Catálogo Histórico não é possível, mas são apresentadas alternativas para cada necessidade.

No caso do prédio, que fica na rua Conselheiro Rui Barbosa, haveria concessão de benefícios pela prefeitura.

Carolina destaca a concessão de isenções como de vagas de garagem, obrigatórias para o centro. Além disso, o prédio não tem custos com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), por conta da manutenção.

Carolina acompanha a situação do prédio desde 2016. Segundo ela, antes do acidente, houve um pedido para troca do telhado. Com a queda, foi solicitada a preservação de elementos típicos da arquitetura de época, como afrescos e arcos.

Apoio técnico
Depois do acidente, ela explica que foi feito contato com uma arquiteta de Blumenau, especialista em patrimônio histórico, para avaliar o caso. Na época, a definição foi de que o prédio preserva parte da memória histórica da cidade e precisaria ter ao menos o segundo pavimento da fachada e arcos laterais restaurados.

Para alterações na parte interna do prédio, ainda precisaria ser feito um memorial, contando a história e as características originais do prédio.

Medida semelhante, pontua, está sendo exigida em outras construções históricas no município. “Por mais que o prédio seja todo reconstruído, ele precisaria de todo um levantamento arquitetônico do que era existente e permanece no catálogo”.