Desistência do Almirante Barroso enterra ideia do Brusque para parceria pelo Augusto Bauer
Quadricolor busca acordo com prefeitura e Carlos Renaux e não pode mandar jogos em municípios como Florianópolis e Joinville
O campeão da Série B do Campeonato Catarinense, Almirante Barroso, desistirá de disputar a primeira divisão estadual em 2020, frustrando a principal ideia do Brusque para realizar as reformas necessárias e mandar suas partidas no Augusto Bauer. Após todos os trâmites legais junto à Federação Catarinense de Futebol (FCF), o clube itajaiense acabaria cedendo a vaga ao terceiro colocado, Juventus, de Jaraguá do Sul.
Inicialmente, o plano seria negociar com Almirante Barroso e Carlos Renaux para viabilizar as adaptações exigidas pela FCF, tornando o Augusto Bauer apto a abrigar partidas do campeonato estadual em 2020. A ideia, no entanto, já era praticamente natimorta, uma vez que a FCF não permite que um clube mande partidas fora de sua sede ou de “municípios vizinhos conurbados”, como indica literalmente o mais recente Regulamento Geral de Competições da FCF.
Sem o Barroso disponível desde o início, a diretoria do quadricolor tenta agora uma parceria com a Prefeitura de Brusque e o Carlos Renaux. A alternativa de jogar fora de Brusque, na opinião do presidente do clube, Danilo Rezini, seria “a assinatura para cair para a Série D” e a perspectiva de lutar na segunda metade da tabela no Campeonato Catarinense, principalmente pela ausência de torcida. A Arena Havan não tem previsão precisa para sair do papel.
A situação para a Série C, pelo menos, é favorável ao Augusto Bauer. O regulamento específico mais recente não possui restrições sobre os estádios na fase de grupos, apenas a partir das quartas de final, quando é necessária uma capacidade para no mínimo 10 mil torcedores. As regras de capacidade para as fases finais da Série D em 2019, por exemplo, não foram cumpridas na íntegra, com o Augusto Bauer tendo aproximadamente 2,5 mil lugares para torcedores sentados.
Mas piorando a situação do quadricolor em relação ao Catarinense, o clube sequer poderia mandar jogos em Florianópolis ou Joinville, por exemplo, sem efetuar a transferência do próprio Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para os respectivos municípios. Afinal, não são municípios vizinhos conurbados.
Entre os motivos da desistência do Almirante Barroso está um desentendimento entre o clube de futebol e o clube social, que não pretende fazer as reformas necessárias no estádio Camilo Mussi para torná-lo apto ao Catarinense 2020. O pedido ainda precisa passar pela FCF para que seja confirmado oficialmente.
Opção São João Batista
Uma alternativa seria reformar o estádio Valério Gomes Neto, em São João Batista, onde o Brusque já jogou pela Copa Santa Catarina de 2018. De acordo com o diretor-executivo da Fundação Batistense de Esportes, Marcelo Machado, não houve mais conversas entre clube e prefeitura há quase um mês, o que indica que o plano está parado, mas não oficialmente descartado.
O Valério Gomes Neto, no entanto, está longe de cumprir todos os requisitos da Federação Catarinense de Futebol (FCF). São necessários investimentos em diversas estruturas, como bilheterias, vestiários, bancos de reservas, arquibancadas, tribunas, gramado, entre outras.