Destaque na ginástica rítmica, ABGR avalia prejuízos da pandemia e luta por manutenção
Técnico Thiago Coelho comenta situação do elenco e dificuldades impostas durante paralisações das atividades
A Associação Brusquense de Ginástica Rítmica (ABGR), como diversas equipes esportivas, precisou mudar seu planejamento para 2020 e sua rotina de trabalho. Em março, quatro meses depois de conquistar o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Conjuntos na categoria infantojuvenil, as atividades normais foram interrompidas.
Os treinos estão sendo realizados de forma online para as equipes de competição, enquanto os grupos de iniciação foram suspensos. As sessões são para que o corpo não perca flexibilidade e força, e para aprimorar os manejos de aparelhos que as atletas consigam trabalhar em suas casas.
Quando a reportagem de O Município entrou em contato, o técnico Thiago Coelho não acreditava que seja realizada alguma competição presencial em 2020. Com a realização dos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) em novembro, a possibilidade é outra.
A partir do segundo semestre, a ABGR passou a participar de competições online, que começaram a ser realizadas na tentativa de dar algum calendário às equipes. Nestes torneios, há regulamentos específicos, sem lançamentos de aparelho, e a avaliação do movimento no quesito artístico é prejudicada. Assim, a parte técnica é destacada.
As atletas geralmente já possuem aparelhos em casa, e a ABGR emprestou os acessórios a quem não possuía. A ginasta Nicolly Crepas chegou a conquistar o primeiro lugar em uma destas competições, disputando com o aparelho bola.
“Ninguém quer ficar em casa o tempo todo, repetindo treinos todo dia sem perspectivas de competição ou outros planejamentos. Estamos buscando estratégias para manter as meninas interessadas.”
Com um dos melhores grupos que já teve para trabalhar, o treinador receia que a falta de competições e as mudanças causadas pela pandemia desmotivem as ginastas a ponto de elas desistirem do esporte. Duas delas não voltaram aos treinamentos desde o início da pandemia.
“É complicado, já se está em casa o tempo todo, com atividades na escola. Pode ser difícil treinar na frente de um computador, sem perspectiva de competir. Se é difícil pra mim, e é o meu trabalho, imagina para elas, que fazem apenas porque gostam. Mas vai passar, as coisas vão voltando ao normal e a vida continua.”
Ele torce para que as ginastas mais empolgadas e imersas no esporte também contagiem as colegas com a motivação. O treinador destaca que há perfis diferentes na equipe, que lidam de maneiras diferentes com uma situação tão inédita. Enquanto há quem sinta um pouco mais a mudança, há quem já esteja pensando em um eventual retorno à uma rotina mais normal em 2021.
Finanças
Com algumas verbas congeladas e a equipe ainda em processo de captação de recursos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte para o ano seguinte, a ABGR também ficou sem receber as mensalidades das escolinhas, que davam um reforço importante no orçamento. Com a pandemia, não houve mais aulas e, logicamente, não houve mais pagamentos.
“Preocupa, porque por mais que tenhamos bolsa-atleta e bolsa-técnico da prefeitura, em janeiro e fevereiro nós não as temos mais, então acabamos nos mantendo com um dinheiro em caixa com eventos que costumamos promover. Com a pandemia, tudo isto complica.”
Coelho também reconhece que a pandemia também causou uma diminuição nas despesas. As viagens, que chegavam a ser feitas quase semanalmente, não são mais feitas, porque não houve competições. Ainda assim, a situação merece atenção.