Dez anos depois, ex-trabalhadores da Schlösser ainda aguardam venda de imóvel para receber
Espaço da antiga associação de funcionários está à venda por R$ 10 milhões
Espaço da antiga associação de funcionários está à venda por R$ 10 milhões
Há dez anos, os ex-funcionários da Companhia Industrial Schlösser esperam a venda dos imóveis da antiga fábrica centenária para receberem 100% do valor das dívidas trabalhistas da empresa, que entrou em recuperação judicial em 2011.
Até o momento, os cerca de 600 ex-funcionários que têm direito receberam apenas 42% do valor devido. O pagamento foi possível graças à venda do imóvel localizado em frente à antiga fábrica, na rua Getúlio Vargas. O espaço foi comprado pelo empresário Luciano Hang por R$ 7,5 milhões em fevereiro do ano passado.
Os outros 58% que os trabalhadores ainda têm para receber, só serão pagos com o dinheiro da venda do imóvel da antiga associação dos funcionários da Schlösser, localizado na rua Henrique Hoffmann, no Centro.
A venda deste imóvel está prevista no plano de recuperação da fábrica, concluído em 2012. Desde então, os sindicatos que representam os trabalhadores – Sintrafite e Sindmestre – atuam no processo de negociação do espaço.
O local, que tem uma área aproximada de 28 mil metros quadrados, esteve à venda diversas vezes, mas sem propostas.
Inicialmente, os dois imóveis pertencentes aos ex-funcionários estavam à venda por R$ 15 milhões. O valor inicial do imóvel adquirido por Hang era de R$ 8 milhões e o da associação, R$ 7 milhões.
Recentemente, os sindicatos solicitaram uma nova avaliação do imóvel da associação, único que restou. Com a valorização imobiliária da região, o imóvel passou de R$ 7 milhões para R$ 10 milhões.
“Para os credores trabalhistas receberem 100% do valor devido, é preciso que este imóvel seja vendido por R$ 10 milhões”, destaca o presidente do Sintrafite, Aníbal Boettger.
De acordo com ele, alguns corretores de imóveis entraram em contato com os sindicatos para se informar sobre o espaço à venda. O presidente do Sintrafite diz que está aberto a propostas.
“Alguns nos procuraram, perguntaram se há possibilidade de baixar o valor. Sempre digo que é preciso nos trazer uma proposta para avaliarmos. Se valer a pena, levamos para a aprovação dos trabalhadores em assembleia”.
Bem localizado e com espaço para várias possibilidades de construção, Aníbal se diz otimista em relação à venda do imóvel para este ano.
“A expectativa é boa. O pessoal do setor imobiliário está aquecido e o imóvel é bem localizado, existe viabilidade de investimentos. Estamos otimistas que em pouco tempo deve aparecer uma proposta que satisfaça os trabalhadores”.