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Dezembro laranja: dermatologista de Brusque elenca os sinais que podem indicar câncer de pele

Doença é a mais frequente no Brasil e no mundo; saiba como prevenir

O mês de dezembro é dedicado à conscientização sobre o câncer de pele, que, de acordo com o Ministério da Saúde, é o mais frequente no Brasil e no mundo.

A faixa etária de 40 a 65 anos é a mais propensa a desenvolver a doença, entretanto, o dermatologista Vinicius Tomazzoni, da Tag Klinik, alerta que nos últimos anos houve uma redução, ou seja, pessoas mais jovens estão sendo diagnosticadas com a doença, devido, principalmente, à exposição frequente ao sol.

O câncer de pele é considerado uma doença silenciosa, por não apresentar sintomas e nem episódios de dores. Por isso, o dermatologista destaca que é importante ficar atento a sinais que podem indicar que uma lesão seja câncer. “Tem uma regrinha criada há anos, chamada de ABCDE e que utilizamos para detectar o câncer”. Dentro desta regra, o paciente pode observar cinco pontos importantes:

– assimetria (A): quando a lesão é assimétrica, pode indicar um câncer de pele. “Dividimos a lesão ao meio e os quatro quadrantes dela têm que ser iguais. Se um está fora, já pode ser um indicativo”;

– bordas irregulares (B): quando a lesão tem contornos mal definidos;

– cor da lesão (C): o médico explica que ter um sinal ou lesão de pele com até duas cores há um risco menor, porém, a partir do momento que a lesão apresenta três cores ou mais, suspeita-se fortemente de câncer de pele. “Se a cor for azulada, a suspeita é maior porque esta cor é característica de alguns tipos de câncer”.

– diâmetro (D): lesões ou sinais maiores que 2 cm de diâmetro tem grandes chances de serem câncer;

– evolução (E): o médico afirma que é importante ficar atento na evolução do sinal. “Se ele surgiu e está crescendo em poucas semanas, a chance de câncer é grande”.

Foto: Ministério da Saúde

Fatores de risco

O dermatologista da Tag Klinik explica que existem alguns fatores de risco para o câncer de pele, principalmente relacionados à grande exposição ao sol. Além disso, há o fator genética. “Se teve irmãos, pai ou mãe com câncer de pele, a chance de desenvolver também é maior”, diz.

Pessoas de pele e olhos claros também tem maior predisposição a desenvolver a doença. Apesar disso, ele alerta que negros também podem desenvolver a doença e, neste caso, de forma mais agressiva.

“Geralmente, os negros desenvolvem melanomas, principalmente nas regiões das mãos e pé. O câncer de pele pode acontecer em qualquer raça. Para todos vale a mesma regra: qualquer sinal diferente, deve-se procurar o atendimento”.

Taxa de cura

O médico destaca que as taxas de cura da doença dependem muito do seu tipo. No caso dos carcinomas, que são os mais comuns, representando até 95% dos diagnósticos, são mais fáceis de serem resolvidos, pois são menos invasivos.

Já o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer e evolui rapidamente para metástase. Quando está na primeira camada da pele, tem uma taxa de 90% a 95% de cura. Se é um tipo mais invasivo, a partir da segunda camada da pele, com profundidade de 1mm, a taxa de cura cai para 75%. “Conforme ele vai invadindo e se torna metastático, ele tem 5% de cura apenas, ou seja, o paciente tem 95% de chance de morrer após cinco anos do diagnóstico”.

Prevenção

A principal forma de prevenir o câncer de pele é o cuidado com o sol. “A proteção solar é fundamental, mas não só o uso de protetor solar, isso é o básico. Deve-se usar todos os dias, a cada pisada que damos na rua. Estudos mostram que a exposição rotineira ao sol, como pra pendurar uma roupa, ir até a padaria, é responsável por 70% do fotodano que adquirimos em toda a vida”.

Já a exposição refracional, que é quando se vai à praia, piscina, praticar esportes ao ar livre, representa em média 30% da exposição total da vida. “Por isso é muito importante usar chapéu, óculos, roupas de manga comprida, e evitar o sol entre 10h e 15h. Não que nos demais horários não exista riscos, mas ele é bem menor. Mesmo nesses horários, tem que ir com proteção solar”.

De acordo com ele, um protetor solar cosmeticamente adequado ao tipo de pele de cada pessoa é fundamental.

“Muitas vezes, o paciente está preocupado em usar protetor solar com fator altíssimo, mas isso é o menos importante. Fator acima de 30 já é bom pra prevenir. O importante é que use um filtro solar adequado para o seu tipo de pele, porque isso vai fazer com que o paciente se acostume a usá-lo no dia a dia, e o mais importante: reaplique. É preciso passar o protetor de duas a três vezes ao dia”.

Além disso, o dermatologista indica que pessoas que têm muitas pintas pelo corpo façam um check-up anual com especialista, principalmente se existe histórico de familiares com a doença.

Incidência em Brusque

Entre 2019 e 2020, foram diagnosticados quase 400 casos de câncer de pele pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Brusque.

A dermatologista da Secretaria da Saúde, Ana Kris Sommariva, avalia que este número poderia ter sido maior, já que devido à pandemia, muitas pessoas deixaram de se consultar.

“Certamente o número de casos foi maior o ano passado. Muitas pessoas em função da pandemia não vieram procurar atendimento. Para 2021, não temos os dados ainda, mas já adianto, que será maior a incidência do que foi em 2020”.