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Dezoito pessoas desapareceram em Brusque em 2013

Com implantação da Delegacia Especializada no Atendimento de Pessoas Desaparecidas no Estado, expectativa é ter agilidade nas buscas

Em poucos dias, a Polícia Civil inaugura a Delegacia Especializada no Atendimento de Pessoas Desaparecidas em Santa Catarina. A intenção é fazer com que a unidade atenda a demanda de desaparecidos no Estado. Além disso, estar direcionada à possível identificação de cadáveres, para evitar o sepultamento de indigentes. Em Brusque, o delegado da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), Alonso Moro Torres comemora a instalação. 

Apesar de ainda não ter sido comunicado oficialmente, o delegado afirma que será um grande auxilio para minimizar as ocorrências de desaparecimentos. “Em nossa comarca os casos mais reincidentes são de adolescentes. A maioria é por algum desafeto com os pais e saem de casa por vontade própria. Muitas vezes desaparecem de manhã e voltam à noite”, comenta. Somente em 2013, Brusque registrou, até ontem, 18 casos de desaparecimentos. Entre eles, 16 menores de idade e dois adultos, sendo um homem e uma mulher. Destes números, sete reapareceram. 
Estimativas do Estado mostram que cerca de 50% dos registros são referentes a desaparecimentos de adolescentes. Por isso, para auxiliar a demanda, a sede da nova unidade será montada junto à DPCAMI de São José, na Grande Florianópolis.
De acordo com o Delegado Geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Aldo Pinheiro D’Ávila, a delegacia terá autonomia para investigar os casos de desaparecimentos das cidades do interior, em parceria com a unidade da área em que houve o boletim de ocorrência. “A principal vantagem da nova unidade policial é a criação de um banco de dados único no Estado, com informações sobre desaparecidos que serão confrontadas com cidades catarinenses e com outras unidades policiais da Federação, o que facilitará e tornará mais ágil a localização das pessoas”, explica.  
Outra atribuição da Delegacia de Desaparecidos será a identificação de cadáveres que, muitas vezes, são sepultados pelo poder público como indigentes por falta de informações sobre a pessoa. 
Procedimentos necessários

O delegado Alonso relata que quando uma pessoa desaparece, os familiares devem comparecer até uma delegacia de polícia para comunicar o fato. “É feito o BO, solicitado uma fotografia e as informações são repassadas para o setor de investigação”, detalha. 
A divulgação dos desaparecidos se dá por meio de cartazes pela cidade e também, na rede estadual. “Todas as delegacias recebem as informações para auxiliar nas buscas”, informa o delegado. Quando a pessoa reaparece, a instrução é que os familiares voltem até a delegacia para fazer um novo boletim de ocorrência. “Mas também os policiais entram em contato algum tempo depois, para saber se já tem notícias do desaparecido”, ressalta.
De acordo com o delegado Wanderley Redondo, que está à frente das tratativas para implantação da nova unidade policial no Estado, em 2012 foram registrados 3.319 desaparecimentos em Santa Catarina. Destes, apenas 1.372 fizeram um novo BO do reaparecimento. Devido ao alto número de ocorrências em aberto, a unidade especializada também fará a gestão de um mecanismo de alerta. Ou seja, será implantado no atual sistema de informações da Polícia Civil de Santa Catarina, o Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), e acessível a todos os policiais. “Assim, toda vez que uma pessoa que possua registro de desaparecimento for identificada numa unidade policial, o sistema emitirá um alerta para o policial para que o registro de reaparecimento seja feito”, complementa Redondo.