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Para lembrar infância, morador cultiva pomar no Paquetá

Primeiras árvores frutíferas foram plantadas há cerca de dez anos

Em uma casa no bairro Paquetá, em Brusque, há um pomar carregado de memórias. Criado no interior, em meio à natureza, Jairo Lindolfo Sens começou a plantar árvores para ter em casa um pouco do que tinha quando criança.

As árvores que ficam no jardim foram as primeiras a serem plantadas pelo morador, há cerca de dez anos. Ele queria aproveitar o terreno, que é grande, e também lembrar da infância. “É pra relembrar todo dia,  quando acordar, de como era quando eu era criança”. 

O quintal tem muitas árvores frutíferas, algumas delas que trazem boas lembranças, como é o caso do pé de butiá, plantado no jardim em frente à residência. Ele recorda que quando criança era comum apanhar o fruto no fim do dia. O butiá, além de enfeitar a paisagem, é muito utilizado para temperar bebidas. 

Brenda Pereira

Também em frente à casa há um pé de lichia, árvore que tem origem chinesa. Sens conta que havia ácaros nas folhas e recentemente ele precisou podar e passar remédio na árvore. Para esse tipo de cuidado, ele procura informações na internet. 

Brenda Pereira

Compõem a fileira de árvores do quintal um pé de limão comum, um de laranja açúcar, um de bergamota e um pé de caqui. A laranjeira está florindo nesta época do ano e o pé de limão já exala o cheiro da fruta, com alguns pequenos frutos entre os galhos. 

Brenda Pereira

O pé de caqui dá frutos no início do inverno. O morador diz que geralmente o caquizeiro fica carregado de frutas e atrai passarinhos como canarinhos e saíras. Esta é uma das vantagens de ter árvores em casa, sempre há um pássaro cantando por perto. 

Nos fundos da casa há um pomar com mais de dez árvores, a maioria plantada há cerca de cinco anos. No espaço Sens plantou pés de limão galego, goiaba branca, araçá vermelho e amarelo, jabuticaba, maracujá, graviola, pitanga e laranja de diversos tipos como a champanhe, umbigo, lima e sangue. A árvore de laranja umbigo também recorda a infância de Sens porque havia um pé na casa da mãe dele. 

Pé de laranja já está carregado de frutos | Foto: Brenda Pereira

O pé de limão galego é o mais antigo do pomar atrás de casa, plantado na mesma época que as do jardim, há aproximadamente dez anos. O morador explica que o fruto dá em todas as estações, é muito resistente e mesmo após um tempo caído ainda pode ser consumido porque não apodrece cedo. 

Pé de limão galego tem frutos em todas as estações do ano | Foto: Brenda Pereira

Um pé que ainda não deu frutos é o de jabuticaba comum. Demora uns oito anos até a primeira safra. Outra árvore, enxertada, em dois anos rende jabuticabas.

Sens sempre gostou de mexer com a terra e aos fins de semana passa um tempo no quintal para cuidar das árvores. A esposa e a filha às vezes o acompanham. A menina e outras crianças da rua brincam no espaço, correm entre as plantas, e se divertem em meio à natureza.

Quanto aos cuidados, o morador utiliza os restos de capim para adubar a terra. Como as árvores não têm agrotóxicos, é comum que elas recebam brotos indesejados, que sugam a força da planta, e lagartas.

Sem uso de agrotóxicos, as vezes lagartas aparecem nas árvores | Foto: Brenda Pereira

Ele retira os brotos e as vezes faz um desbaste para se livrar dos bichos que prejudicam a árvore. A intenção é cercar o pomar para colocar galinhas no terreno. Elas vão ajudar a cuidar das árvores porque consomem as lagartas e outros bichos que podem vir a aparecer.

Nas árvores que já conhece, Sens utiliza os conhecimentos que já tem. Nas que ainda não tem familiaridade, ele pesquisa na internet e assiste ao Globo Rural, programa da Rede Globo exibido aos domingos de manhã.

Morador começou a plantar árvores frutíferas há cerca de dez anos | Foto: Brenda Pereira

Ele diz que os meses de seca neste ano prejudicaram bastante o desenvolvimento das árvores, mas avalia que apesar disso será um ano de muitos frutos.

A variedade de árvores frutíferas garante frutas em diversas estações do ano. Parte do que é produzido é consumido por Sens e a família em casa, outra parte ele distribuiu para os familiares e a grande maioria para quem passa pela rua e pede pelos frutos. “Não se perde nada”, comenta.

Graviola é um dos frutos cultivado no pomar | Foto: Brenda Pereira

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