Dia da Mulher
Esse negócio de Dia da Mulher é complicado. A
gente, “mulhermente” falando, tem um lado festeiro e que gosta de mimo, o que
leva a querer comemorar quase qualquer coisa, ainda mais quando é o próprio
espírito feminino que está na berlinda.
Todo ano cometo o mesmo discurso: o Dia Internacional da
Mulher nasceu como um dia de luta pelos direitos da mulher. É uma data de
chamamento à consciência e à tomada de posição. É uma data feminista. Lembra do
feminismo? Ou você nasceu tarde e não tem noção do que isso significa, até
porque, no seu tempo de vida, a mulher deixou de ser “a escrava do mundo”?
Ano após ano, a data foi virando um
dia de flores e parabéns. Ainda vai se tornar uma data comercial completa. Confesso
que já me irritei mais com isso. Não tenho mais a vontade de xingar o incauto
que vem me dar “parabéns pelo meu dia”. Terei me acostumado? Será que essa
calma é mais equilibrada do que a indignação? Não faço ideia.
Não vou cumprimentar você, companheira de alegrias e
infortúnios, pelo dia. Mas vou desejar paciência, sabedoria e capacidade de
sorrir. Sempre que possível.