Dia de kartista: acompanhe os desafios do kart indoor
Reportagem do MDD mostra um pouco dos desafios do esporte
Paixão, adrenalina e velocidade. A quarta-feira foi dia da reportagem do Município Dia a Dia vivenciar de perto um dos esportes mais tradicionais praticados na cidade.
Berço da Fórmula 1, o kart ainda hoje arrebata fãs de todos os níveis, gostos e idades. A convite do Automóvel Kart Club de Brusque (AKCB) fomos vivenciar por um dia à rotina de um kartista, correndo in loco no kart indoor.
Para quem não conhece é um kart de aluguel usado para diversão, com adaptações que aumentam a segurança para pilotos inexperientes, assim como eu.
Até então, só havia andado uma vez, dentro do parque Beto Carrero, mas com um kart bem inferior ao que experimentei na tarde de ontem. Descobriria isso bem depois…
A quarta-feira chuvosa aumentou o desafio, mesmo afetando pouco a pista situada no centro da cidade brusquense. Quando cheguei ao kart, por voltas das 16h, fui recebido por membros do AKCB, entre eles, o presidente Luís Carlos Loos, o Luisinho, e alguns pilotos que competem pela cidade, como Aknaton Ficagna Camargo, representante de Brusque na categoria fireball, a que mais cresce na modalidade devido ao fato de ter partida elétrica.
Depois de conhecer de perto toda a estrutura do AKCB, fui vestir os acessórios necessários para fazer uma prova segura. Luisinho comenta que essa é uma das prioridades do kart, enfatizando que nunca houve um incidente no kartódromo brusquense. “Quando tínhamos as esculturas (aponta para o lado de fora da pista), ficamos praticamente um ano sem competições até termos condições de retirá-las. A segurança do piloto é nossa maior preocupação”, destaca.
Bala clava e capacete na cabeça, macacão no corpo, e foi partir para a pista. O AKCB ainda oferece sapatilhas e luvas para os pilotos. Já dentro do kart, a pilota Juliana Petruschky, como é feito de praxe antes de cada corrida, passou todas as orientações necessárias para a realização de um trajeto com segurança.
Ela destacou que no indoor são apenas dois pedais, um para acelerar outro para frear, e que ambos não deveriam ser pressionados juntos. Quando terminou as orientações, fez questão de conferir se estava tudo certo, ajustou o banco e aí foi partir, de fato, para a pista.
Como já havia andado uma vez e percebido que não estava dentro de nenhum bicho de sete cabeças, achei que tiraria de letra. Mero engano, pois a autoconfiança de sair acelerando com entusiasmo logo seria fatal.
O kart que já havia andado era mais leve, menos potente, e mais fácil de fazer curvas. O que fez com que rapidamente eu me perdesse em uma delas. Na segunda, para ser mais específico. Fui parar no meio da grama, tomado pelo fiasco de dirigir apenas poucos metros.
Coube a Juliana me resgatar. Mais tarde ela me lembraria que o meu erro é um dos mais comuns para quem está começando. “O pessoal normalmente sai acelerando sem conhecer a pista. Se a primeira volta é feita devagar, depois vai normal”, diz. “No seu caso, você saiu já na segunda curva, mas depois não saiu mais”, lembrou.
Carrinho empurrado novamente para a pista e aí foi hora de recomeçar. A confiança passou para insegurança após o desastre inicial. Pouco depois, em nova curva, ainda tomaria um banho ao não conseguir desviar adequadamente de uma poça e quase sair da pista novamente. A mesma poça, a única dentro da pista, ainda me faria como vitima outras duas vezes, claro que em razão de minha inabilidade de não conseguir desviar dela.
A dificuldade nas curvas era enorme. Talvez até mesmo pelo receio de perder o controle novamente do kart. Não conseguia, apenas, manter a aceleração nas curvas, como fazemos normalmente nos carros. O uso inadequado do freio me levou até mesmo para contramão em uma oportunidade. Mas depois, ainda deu para pegar o jeito da coisa e, depois de quatro voltas, ultrapassar a linha de chegada com dignidade.
Se não consegui dirigir bem, ao menos entendi, de fato, a paixão dos kartistas pelo esporte. Uma sensação gostosa de adrenalina misturada com liberdade. Algo difícil de descrever.
Sobre o Automóvel Kart Clube de Brusque
Fundado em 1983, o Kart Club de Brusque é um dos mais tradicionais de Santa Catarina. Atualmente, conta com 120 sócios em dia, e 80 karts. Entre os dirigentes, dois fazem parte da Federação Automobilística de Santa Catarina (Fauesc): Victor Gianesini, ex-presidente do AKCB, hoje comissário desportivo da federação, e Tony Mathias, que ocupa a mesma função. Segundo Gianesini, o clube, hoje, é um dos destaques entre cerca de outros 25 federados no estado. “Sem dúvidas, é um dos melhores de Santa Catarina em termos de condições e estrutura”, diz.
Atualmente, o AKCB possui 39 box. Mais oito estão sendo construídos para dar mais comodidade aos pilotos. Os sócios se reúnem todas as terças-feiras. De quarta a domingo, o espaço é aberto para os praticantes do kart indoor, que pagam uma taxa de R$ 60 para alugar os karts e usar o espaço. Mais informações podem ser obtidas no telefone: 3351-6174 ou 92320707.
Fim de semana será de adrenalina
O fim de semana será de adrenalina no Kart Club de Brusque com a realização da segunda etapa da Copa Brusque de Kart. A competição deve reunir cerca de 40 atletas, segundo a projeção do AKCB. Na primeira etapa, 30 participaram. A expectativa é de que 70% sejam de Brusque e região, segundo o piloto Aknaton Camargo. Ele compete na categoria Fireball A. Além desta, haverá disputa em outras três: Cadete, Tag e 125.
Na de Camargo, na primeira disputa competiram outros oito pilotos, quando o brusquense terminou na segunda colocação. “Foi uma etapa muito disputada, na qual a diferença do primeiro para o terceiro colocado foi de apenas 0,3 centésimos de segundo”, destaca. Para a disputa deste fim de semana, ele revela que a expectativa é de se manter entre os três primeiros colocados, para continuar na briga pelo título nas etapas finais. São cinco, no total.
O piloto começou a apenas dois anos no kart e hoje já é um dos que já se destacam na categoria. “Sou piloto de escolinha. Andei uma vez no kart no Beto Carrero junto com outros amigos. Hoje, dessa experiência, surgiram cinco novos pilotos na cidade. Mas comecei, assim, andando no kart indoor”, comenta.
Atualmente, o piloto já tem seu próprio kart, que fica guardado dentro de um dos boxes do AKCB. Camargo comenta que abandonou outros esportes para vivenciar a paixão pela modalidade. Ele ressalta que o kart é um esporte de fácil aprendizado, por isso mantém muitos adeptos: “Na primeira vez, o piloto tem dificuldades. Depois é só evolução. Em dois ou três meses já é possível adquirir uma boa parte técnica”, destaca.
Juliana concorda com o amigo de pista. “Se começar devagar, rapidamente a pessoa já consegue andar bem, mesmo que não tenha noção nenhuma. No caso das crianças, a facilidade para pegar o aprendizado é maior ainda, mas não tem segredo”, observa.
Juliana compete na principal categoria do kart dentro da Copa Brusque, a 125. Anda de kart há 21 anos. Com cinco, começou a tomar gosto pela pista e não parou mais. Paixão que vem de família, já que seu pai, Tato Petruschky, também é um dos adeptos do kart.
Ela chega a atingir 130 quilômetros na pista de Brusque, que tem cumprimento de 1040 metros, a medida oficial. “Na do Beto Carrero, por exemplo, que tem um pouco menos de ondulações, a velocidade chega a ser maior”, destaca.
Hoje, além de competir e fazer parte da rotina do AKCB, ela ainda é responsável por iniciar novos talentos dentro da modalidade. Luisinho ressalta que uma das preocupações é dar oportunidades para que os jovens ingressem no esporte. “Eles rapidamente adquirem noções fundamentais de dirigibilidade. Quando chegam aos 18 anos, se tornam mais conscientes no trânsito”, observa.
Serviço:
Segunda etapa da Copa Brusque de Kart 2015
Onde: kartódromo Municipal de Brusque
Quando: 23 e 24 de maio (sábado e domingo)
Entrada: Franca