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Dia Mundial do Rim: conheça o exame disponível no SUS que avalia a função renal

Avanço de doenças no sistema podem estar ligados às questões sociais e genéticas de cada pessoa

Nesta sexta-feira, 10, comemora-se o Dia Mundial Do Rim. Em entrevista ao jornal O Município, Joana Carolina Eccel, médica nefrologista que atua na clínica Renal Vida há cinco anos, revelou números e alertas para quem luta ou suspeita que pode estar com alguma doença no sistema renal.

Segundo a profissional, em 2022, foram atendidos 180 pacientes em hemodiálise crônica na clínica e 71 pacientes em hemodiálise por insuficiência renal aguda nos hospitais de Brusque. “Hoje atendemos 120 pacientes em hemodiálise crônica de segunda a sábado, sendo que esses pacientes vêm de sete cidades aqui da região de abrangência”, conta.

Vulnerabilidade

Os pacientes da clínica apresentam sintomas e aspectos em comum durante os tratamentos realizados. A questão social, na maioria das vezes, é um lado vulnerável de muitas pessoas. 

“É fato de que a maioria dos pacientes que têm doença renal avançada acabam sendo os os que possuem algum tipo de vulnerabilidade social. Muito se deve pelo atraso de diagnóstico. A doença sendo assintomática, revela uma dificuldade de tratamento. Doenças crônicas como diabetes e hipertensão e a dificuldade no acesso à especialidade de nefrologia auxiliam na piora dos quadros”, revela Joana.

“Como a maior parcela da população possui dificuldade de acesso à saúde, é preciso reforçar a necessidade de fazer exames como o de creatinina. Esse simples exame de sangue serve para avaliar a função renal no corpo, ainda mais em pacientes com comorbidades ou histórico de doenças renais na família”, pontua.

Joana Carolina Eccel/Arquivo pessoal

Doença silenciosa

Joana também comenta que pelo fato da doença renal ser muitas vezes silenciosa, o paciente acaba internado por sintomas vagos como fraqueza, anemia e inchaço. É na investigação que o rim demonstra estar seriamente debilitado, revelando a necessidade de entrar em hemodiálise com urgência.

“Dessa forma gera um grande estresse emocional no paciente e no familiar. Muitas vezes eles não estão preparados e sofrem um luto com o diagnóstico, podendo acarretar estigmas contra a doença e dificuldade de aderência ao tratamento”, lembra a médica.

Renal Vida/Divulgação

Acompanhamento

Ainda segundo a profissional, quando o nefrologista acompanha a doença renal, essa necessidade de hemodiálise é acompanhada de forma tranquila e natural, sendo o paciente acompanhado com equipe multiprofissional. Quando chega a hora do início da terapia da substituição renal (como a hemodiálise), tudo ocorre de forma tranquila e com muito conhecimento sobre a doença e o tratamento.

“Com esse acompanhamento médico, hoje em dia temos tratamentos e medicamentos excelentes para a prevenção de perda de função renal que, junto de uma dieta e modificação do estilo de vida, pode retardar e frear a doença renal crônica. Geralmente, pacientes com maior escolaridade tendem a aderir melhor o tratamento, além de poder arcar com algumas medicações que não estão disponíveis pelo SUS”, diz a médica.

“O objetivo da campanha deste ano é disseminar o conhecimento sobre a doença renal e sobre a realização do exame de creatinina. Esse exame pode avaliar a função renal de forma simples e barata, além de estar disponível no SUS”, conclui.


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