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Dia Mundial do Rim: saiba como funciona o atendimento da Renal Vida em Brusque

Maioria dos atendimentos aos pacientes são feitos via Sistema Único de Saúde

No dia a dia, a conscientização sobre a importância dos rins para o bem-estar muitas vezes passa despercebida. Entretanto, todo ano, na segunda quinta-feira de março, o mundo volta seus olhares para o tema com o Dia Mundial do Rim. A data também serve como um lembrete necessário da necessidade urgente de proteger e promover a saúde renal.

Para falar sobre a importância do tema, o jornal O Município entrevistou a médica nefrologista Joana Carolina Eccel, e a enfermeira Daniela Garcia Scardoelli Bussolo. As duas profissionais, que trabalham na Renal Vida de Brusque, falaram sobre os atendimentos realizados no espaço, doenças renais e dicas de como ter um órgão mais saudável.

Há mais de quatro anos em Brusque, a Associação Renal Vida, localizada no bairro Azambuja, é uma entidade filantrópica e, desta forma, cerca de 95% dos atendimentos são feitos de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes oriundos de convênios também são atendidos.

Entre os serviços oferecidos está a terapia renal substitutiva, vital para pacientes que perdem a função renal. Este serviço compreende tanto a hemodiálise, uma diálise convencional onde os pacientes visitam a clínica três vezes por semana para a filtragem do sangue por uma máquina, quanto a diálise peritoneal.

“Nosso serviço começou há um tempo e está em constante crescimento, oferecendo uma ótima alternativa para quem precisa de terapia renal substitutiva. Antes de iniciar qualquer tratamento, realizamos uma avaliação para determinar qual o melhor caminho para cada paciente”, diz Joana.

Otávio Timm/O Município

A enfermeira Daniela, que é a especialista em diálise peritoneal na clínica, explica que os pacientes recebem todo o equipamento necessário para o procedimento em casa, o que facilita o processo.

“Além disso, a Renal Vida conta com um ambulatório, onde os pacientes encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde são atendidos de forma completa e multidisciplinar. Aqui, eles passam por consultas com enfermeiros, médicos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. É um atendimento bem completo, focado na doença renal crônica”, explica a enfermeira.

Atendimento

O ambulatório atende pacientes encaminhados pela regulação estadual, abrangendo toda a região que a Renal Vida cobre. Pacientes com função renal diminuída são acolhidos e passam por uma avaliação detalhada para determinar o tratamento mais adequado.

Outro ponto importante é o atendimento hospitalar oferecido pela clínica. Pacientes que precisam de avaliação nefrológica são atendidos nos hospitais Azambuja e Imigrantes, onde uma equipe especializada avalia e trata diversos problemas relacionados à diálise.

“Nosso atendimento hospitalar se concentra principalmente nos pacientes agudos, aqueles que tiveram uma piora súbita na função renal devido a intercorrências. Atualmente, conseguimos atender essas três frentes de forma eficaz, mas ainda oferecemos outros serviços, como encaminhamento para transplante renal inicial”, diz a médica.

Preparo do paciente

Muitas vezes, o que pode parecer um simples procedimento médico para alguns pacientes, se torna uma experiência assustadora para outros. De acordo com a equipe médica da clínica, o preparo adequado antes de iniciar a terapia renal substitutiva é crucial.

“Quando o paciente vem bem preparado, é mais fácil colocar ele em terapia renal substitutiva. Não é uma preocupação pra ele quando ele vai entrar aqui. A diferença no estado emocional e físico é notável entre aqueles que receberam acompanhamento e os que chegam despreparados e debilitados ao hospital”, diz a enfermeira Daniela.

Joana complementa dizendo que o que costuma assustar o paciente ‘novato’ é o processo que ele passa para entender a própria doença.

“Vejamos os casos dos pacientes hipertensos e diabéticos que não tiveram orientação no início e não acompanhavam sua própria função renal. Quando chegam no hospital e precisam realizar diálise com urgência, tudo assusta. Ele chega com medo né? Não tem como ele se sentir bem nessa situação. Por isso gostamos de explicar que aqui ele terá todo o acompanhamento necessário, inclusive a família dele também terá. O aspecto psicológico e emocional desse processo não pode ser subestimado. Pode ser o fim do rim dele, mas não da vida”, diz a médica.

Daniela também lembra que a equipe médica busca envolver os pacientes em todo o processo, desde apresentar a sala de tratamento até a explicação do funcionamento das máquinas.

“Apresentamos a sala pra eles, pra eles verem como é que é a máquina, como os outros estão. Enfim, é todo um trabalho complexo. O paciente acha que a vida terminou, mas isso não é verdade. Gostamos de reforçar esse compromisso com o cuidado integral, buscando não apenas tratar a condição física, mas também proporcionar suporte emocional e psicológico aos pacientes e suas famílias”, complementa a enfermeira.

Como funciona a hemodiálise

Na terapia de hemodiálise, uma solução semelhante ao sangue é conduzida pela máquina para entrar em contato com o sangue do paciente. É por meio dessa solução que a filtragem do sangue é realizada, uma função que os rins já não conseguem mais desempenhar.

Para garantir a qualidade dessa solução, a Renal Vida realiza a filtragem da água. Antes de entrar na máquina de diálise, a água proveniente do Samae passa por três filtros, além do filtro de osmose, que remove todas as moléculas de metal, alumínio e cloro da água.

Otávio Timm/O Município

Até esse ponto, a água é segura para consumo. No entanto, após esse processo, ela não é mais adequada para consumo humano, pois se torna ultrapura, sem seus componentes naturais.

Posteriormente, a água é direcionada para um grande reservatório e é distribuída para as máquinas, onde é misturada com os líquidos necessários, entrando assim em contato com o sangue do paciente. É nesse momento que ocorre a remoção das substâncias tóxicas, excesso de água e sais minerais.

Prevenção

Em relação à prevenção da doença renal, as profissionais destacam a importância do manejo das comorbidades, como hipertensão, diabetes e obesidade.

“Essas são as principais causas de doença renal crônica e podem ser controladas com tratamento adequado. Além disso, hábitos saudáveis como atividade física, cessação do tabagismo e evitar o uso de medicamentos nefrotóxicos são fundamentais para a saúde dos rins”, explica a doutora.

“Aqui na Renal Vida, nosso objetivo é proporcionar o melhor cuidado possível para nossos pacientes, desde o diagnóstico até o tratamento adequado e a orientação para um estilo de vida saudável. Nosso compromisso é com a qualidade de vida e o bem-estar de todos que dependem de nossos serviços”, conclui Daniela.


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