Diabetes é uma das doenças mais comuns em Brusque

Último registro oficial do SUS indica que há mais de 2 mil diabéticos no município

Diabetes é uma das doenças mais comuns em Brusque

Último registro oficial do SUS indica que há mais de 2 mil diabéticos no município

Brusque segue a tendência mundial quando o assunto é diabetes – doença crônica que quadriplicou desde 1980, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O número mais atualizado de diabéticos no município é de 2013: na época eram 2.418. O dado foi divulgado pelo Observatório Social de Brusque.

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A enfermeira da Atenção Básica de Saúde (ABS), Aline Fagundes Cunha, explica que o atual programa do Ministério da Saúde não oferece dados quantitativos, apenas qualitativos. Até 2014, cada diabético do município era cadastrado numericamente pelo Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (Hiperdia).

Hoje, por meio do e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) – estratégia do Departamento de Atenção Básica para reestruturar as informações da Atenção Básica em nível nacional, as informações são qualitativas, por isso não há dados atualizados.

No entanto, Aline afirma que o município segue a projeção mundial. O último relatório divulgado pela OMS revela que cerca de 422 milhões de pessoas adultas da população mundial tinham diabetes em 2014. A estimativa é de que 109 milhões de pessoas vivam com a doença em 2040 nas Américas. “O número é considerável. É uma das principais doenças de Brusque. O que fará a diferença é o autocuidado. É o que vai fazer com que o paciente tenha a regressão dos níveis e possa diminuir a medicação, ou o que agravará o problema”.

Medicação

A Secretaria de Saúde afirma que há muitos moradores que fazem uso de medicação para diabetes na cidade. Pacientes do tipo 1, quando há ausência de produção de insulina no corpo (geralmente crianças e adolescentes) precisam receber a injeção de insulina. Já o tipo 2, quando a doença é desenvolvida ao longo da vida, necessitam tomar medicamentos. Apenas no Centro de Serviços em Saúde, no Centro, de 20 de março a 1º de maio foram retirados cerca de 50 medicamentos de Cloridrato de metformina – antidiabético de uso oral, que associado a uma dieta apropriada, e é utilizado para o tratamento da diabetes tipo 2.

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Dom Joaquim foram enviados 103 remédios no mesmo período; no Steffen, 115; no Nova Brasília, 45 e no Limeira 33.

Nasf

O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) é responsável, junto com uma equipe multiprofissional, pelo atendimento de pacientes que possuem diversas patologias, inclusive diabetes. São quatro equipes, formada por fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos, que prestam apoiam às unidades de saúde na prevenção e acompanhamento da doença.

A enfermeira Aline explica que a porta de entrada para diagnosticar a doença e fazer o tratamento é na UBS. É na unidade que o paciente será encaminhado para o serviço de sua necessidade. Se for um diabético acamado, por exemplo, o Nasf faz visita na residência; já o paciente que estiver com glicemia alterada receberá um atendimento compartilhado junto com o médico. “É na UBS que são resolvidos 80% dos problemas da população”.

Mudança de hábitos

O médico endocrinologista Frederico Guimarães Marchisotti explica que há dois tipos de diabetes. A tipo 1 – surge na infância e adolescência em geral e apresenta sintomas mais rapidamente, como excesso de urina, muita sede e emagrecimento. E o tipo 2 – que é mais silenciosa e prevalente em adultos, muitas vezes sem sintomas aparentes: 80 a 90% da população é diabética do tipo 2.

 Doutor Frederico Guimarães Marchisotti diz que muitas complicações na saúde são decorrentes da diabetes / Foto: Daiane Benso
Doutor Frederico Guimarães Marchisotti diz que muitas complicações na saúde são decorrentes da diabetes / Foto: Daiane Benso

O médico afirma que o diagnóstico é feito por meio de exames de sangue e teste de tolerância de glicose. Ele alerta que a verificação por meio de uma gota de sangue obtida por punção capilar (ponta de dedo) não é válida para diagnóstico, apenas para triagem.

O tratamento é feito de duas maneiras: a reposição de insulina para pacientes do tipo 1 e medicamentos para o tipo 2. Existem oito tipos diferentes de medicamentos, ou seja, são classes de remédios que se diferenciam pelo mecanismo de ação e devem ser utilizados dependendo de cada paciente.

Marchisotti diz que muitas complicações na saúde são decorrentes da diabetes. “O tratamento não é só controlar o açúcar no sangue, a glicose. É preciso monitorar os órgãos que a diabetes acomete”.

Ele explica que os olhos podem ser afetados (doenças na retina, que pode levar à cegueira), o coração (infarto, entupimento das artérias, derrame cerebral), rim (insuficiência renal), além dos nervos e vasos sanguíneos do pé. “A diabetes em si não é a causa da morte, mas é responsável por outros problemas, doenças que podem ser em grande parte prevenidas com medidas simples”.

O médico ainda diz que mais do que realizar o tratamento com insulina ou medicamento é necessário que a pessoa tenha uma mudança de hábitos. Ele afirma que é necessário que ocorra uma reeducação alimentar e que o paciente deixe de ser sedentário. “É uma pandemia e tem crescido assustadoramente. É preciso que ocorra essa mudança de postura, com esses pequenos hábitos diários de alimentação e de atividades físicas”.


A doença

A diabetes é uma doença crônica e geralmente não tem cura, apenas tratamentos. A causa da doença é porque o corpo não produz insulina, hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue; ou porque não consegue utilizar de forma correta a insulina que é produzida.

20160707-10

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