Diabetes infantil: nutricionista de Brusque alerta sobre cuidados com alimentação de crianças
Crianças com histórico de diabetes na família têm mais chances de desenvolver doença
Crianças com histórico de diabetes na família têm mais chances de desenvolver doença
Desde o nascimento, é necessário ter cuidado com a alimentação das crianças, sobretudo aquelas que, por histórico familiar, podem desenvolver diabetes com mais facilidade. A nutricionista Elisa Zen, que atua na Secretaria de Saúde de Brusque, alerta sobre os cuidados que os pais precisam ter com o que os filhos comem.
A nutricionista relata que a alimentação infantil começa desde a gestação da mãe e, sendo assim, depende muito dos alimentos que ela come. Elisa detalha que uma mãe que não tem diabetes pode desenvolver diabetes gestacional, o que refletiria na saúde do bebê.
Não significa que, necessariamente, o bebê vai nascer diabético se tiver histórico na família. Porém, as chances de desenvolver a doença ao longo da vida são maiores. Segundo Elisa, a alimentação é um dos fatores que determina ou não este desenvolvimento.
“Os pais, muitas vezes, não têm tempo para se dedicar em fazer uma alimentação saudável para criança. Em alguns casos, não é questão de tempo, mas, sim, informação. Às vezes, o pai vai no mercado e vê um rótulo achando que não tem açúcar, mas o alimento é rico em adoçante, então não é um alimento saudável”, afirma.
A nutricionista detalha ainda que alimentar crianças com bolachas, biscoitos, bolinhos de pacote e sucos de caixinha não é ideal e é necessário evitar. Comer estes alimentos de forma muito frequente pode ocasionar no desenvolvimento futuro da doença.
“Este tipo de alimento faz com que aumente muito o açúcar no sangue, sejam em crianças, em adultos ou em pessoas de qualquer faixa etária. As chances da criança que faz consumo elevado destes alimentos desenvolver diabetes são maiores”, diz.
As diabetes têm duas classificações: tipos 1 e 2. A diabetes tipo 1 é quando o pâncreas da criança ou do adulto não produz insulina ou, se produz, é em quantidade insuficiente. Sendo assim, é necessário a aplicação da injeção de insulina.
Já o tipo 2 pode ser considerado uma “resistência à insulina”, conforme detalha a nutricionista. Esta classificação se trata dos níveis elevados de glicose no sangue. Na prática, o alimento vira açúcar e permanece na corrente sanguínea.
“Quando a criança não tem um estilo de vida adequado, não faz atividade física, não tem uma alimentação equilibrada e não tem um sono positivo, ela tem chances de desenvolver diabetes durante a vida, que seria o tipo 2”, comenta Elisa.
A diabetes infantil pode ser ocasionada também pelo histórico familiar. A nutricionista exemplifica que uma criança que tem avô e mãe diabéticos, por exemplo, tem mais chances de desenvolver a doença do que uma criança que não tem histórico na família, mesmo que ambas comam os mesmos alimentos.
Elisa afirma que é necessário cuidar ainda mais da alimentação de crianças que têm histórico familiar de diabetes. Neste caso, é importante que os pais incentivem uma alimentação com base em fibras e proteínas, além de diminuir a quantidade de carboidratos e açúcares que a criança ingere.
“Na hora do lanche, os pais não precisam oferecer bolacha, bolinho ou suco de caixinha para a criança, nem mesmo água de coco de caixinha. O ideal seria oferecer legumes, frutas e ovos. Para produzir insulina, é necessário comer alimentos com proteína”, reforça a nutricionista.
Alguns sinais podem ser vistos nas crianças enquanto elas desenvolvem diabetes. Elisa alerta que os pais devem ficar atentos ao aumento de sede e fome, micção e cansaço, além de emagrecimento excessivo. Ela ressalta que a obesidade não é fator principal para criança desenvolver diabetes ou não.
A nutricionista explica que o ideal é que o nível de glicose no sangue, que pode ser medido por meio de exame de sangue, esteja abaixo de 90 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL). O número representa um parâmetro geral, tanto para crianças quanto para adultos.
Alimentos para evitar
– Salgadinho;
– Bolacha;
– Bolacha recheada;
– Bolinho pronto;
– Suco de caixinha;
– Água de coco de caixinha.
De acordo com o Atlas de Diabetes 2021, produzido pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil está em terceiro no ranking de países com novos casos estimados de diabetes tipo 1 na população de zero a 19 anos.
O Brasil apresenta em média 8,9 casos a cada mil habitantes por ano. O país aparece em terceiro na estimativa e perde somente para Índia e Estados Unidos, países que apresentam 24 e 18,2 novos casos a cada mil habitantes, respectivamente.
Quando se trata do ranking de países com número estimado de casos já existentes por ano, o Brasil também aparece na terceira posição, com 92,3 casos anuais de diabetes tipo 1 em pessoas de zero a 19 anos, em média.
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