É… está quase lá! As férias estão acabando e as aulas se aproximam. Porém, desta vez tudo está tão diferente… Dia 17 de fevereiro eu terei uma nova característica: serei calouro universitário. Eu estarei dentro de uma faculdade! Que incrível! Apesar de ainda não me imaginar nessa fase onde grande parte dos garotos já tem cara de pai – ou já são pais –, eu estou bem confiante para enfrentar a nova etapa.
Bom, vamos começar com um flashback: dia 08 de novembro do ano passado, eu estava prestando vestibular para Letras. Eu não achava que aquilo era importante, porque o curso de Letras costuma ser pouco concorrido e, às vezes, ter mais vagas que candidatos. Por conta disso, eu não me preocupei em estudar para vestibular nenhum, meu único estudo foi o conteúdo passado na escola mesmo. Entretanto, ano passado foi diferente: 39 candidatos disputaram 18 vagas. Ok. Não são 35 candidatos por vaga (como Medicina) ou 20 (como Direito), mas tinha uma concorrência. Nada estava garantido. Mas, com calma e confiante, respondi as questões. Resultado: depois de um mês – de angústia, agonia e nervosismo – eu estava esperando sair a lista de classificados e, quando saiu, eu estava nela! Eu confesso que fiquei muito feliz e vi lágrimas no rosto da minha mãe já que, para ela, a faculdade foi um sonho não realizado. Também escutei a voz orgulhosa do meu pai, via telefone, pois ele estava viajando. Foi bem emocionante!
Ah, espere! Vamos voltar mais um pouco. Dia 24 e 25 de outubro, fiz o ENEM, mas sem me preocupar muito. Como classifiquei – de maneira pessoal – o exame como algo não muito importante, eu criei um objetivo interno: independente de tudo, eu queria ir bem na redação, pois amo escrever! Modéstia parte, eu fui muito bem: 960/1000. Confesso que foi uma surpresa. Surpresa maior ainda foi ver o resultado do SISU há semanas atrás e ver que eu estava na lista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Porém, por motivos pessoais, não irei para Florianópolis. Enfim, eu me vi com outros olhos depois disso: um estudante que estudou a vida inteira em escola pública e não cobrou-se para vestibulares fora aprovado em duas universidades. Caramba!
Eu serei um professor no futuro. Não vou aconselhar meus alunos a serem como eu e não se prepararem para as provas finais. Pelo contrário: darei a eles o conselho de estudarem muito para passarem não só para duas, mas três, quatro, cinco universidades e poderem escolher qual for melhor.
Eu escolhi. E, devido a essa escolha, minha vida será diferente. Irei para outra cidade todos os dias, terei que valorizar mais o meu dinheiro (foi o que aconteceu semana passada quando fui comprar o material escolar) e me adaptar às responsabilidades que a vida “adulta” exige.
O que eu espero da faculdade? O que muitos dizem: a melhor e a pior fase da vida. Aquela que você se dedica ao máximo à sua área, mas recebe muitos ‘nãos’. Aquela que você se joga em todas as oportunidades, mas às vezes vê as portas fechando na sua cara. Aquela que você está, mas não está pronto. Aquela que passa, mas ninguém esquece!
O que eu espero do meu eu universitário? Duas palavras: dedicação e organização. Espero ser mais do que sempre fui. Dedicar-me mais, estudar mais, pesquisar mais, enfim, ser um estudante que possa usar de exemplo para os meus filhos e alunos. Contudo esperanças e expectativas são apenas o início de tudo. Nada como viver para saber. A partir do dia 17, eu saberei.
Vitor Hochsprung – 17 anos – futuro calouro de Letras – FURB