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“Difícil superar”, diz gerente de oficina vítima de injúria racial em Brusque

Caso está em investigação pela polícia

O gerente de oficina vítima de injúria racial em Brusque, Cristiano Soares de Oliveira, de 50 anos, se manifestou sobre o caso. Na manhã de quarta-feira, 6, um cliente da oficina que não estava satisfeito com o serviço foi até o local e disse a Cristiano: “esse negro não sabe trabalhar”.

O caso está em investigação pela Polícia Civil de Brusque. Os depoimentos ainda estão sendo colhidos e o cliente, que é português, confessou que chamou o gerente de “negro e preto”.

“O que eu mais fiquei indignado é que este cidadão não foi preso em flagrante e que, ao meu ver, em nenhum momento ele se arrependeu, pois ele acredita que não fez nada de errado. Além disso, acredito que, infelizmente, não vai acontecer nada com ele”, afirma o gerente.

Segundo a polícia, ele justificou o crime dizendo que, em Portugal, seu país de origem, é normal esse tipo de tratamento, e disse que não sabia que se tratava de preconceito no Brasil.

“Como nunca tinha passado por isso, ainda está um pouco difícil superar. Mas meus amigos e familiares estão sempre me passando palavras de consolo e isso me ajuda bastante. É uma situação que não gostaria mais de passar”, relata.

Cristiano afirma ainda que pretende processar o homem e que tem o desejo de doar os recursos recebidos por ele caso vença o processo. Apesar da dificuldade para superar o trauma, ele afirma que recebeu apoio de clientes e amigos com a repercussão do caso.

“Vou entrar com um processo civil indenizatório, pois acho que ele deve sentir no bolso para aprender. Inclusive, falei com a minha esposa que, caso receba, uma parte vou fazer doação para alguma entidade”, diz.