Diminuição de concursos afeta empresas de cursos preparatórios em Brusque
Escolas estão focando na oferta de cursos pré-vestibulares e profissionalizantes
Escolas estão focando na oferta de cursos pré-vestibulares e profissionalizantes
A diminuição da quantidade de concursos públicos têm afetado as escolas de cursos preparatórios de Brusque, que passaram a se voltar cada vez mais para outros serviços educativos que já ofereciam, como cursos profissionalizantes ou pré-vestibulares.
O corte de custos em diversas esferas do governo causou a redução das oportunidades de quem tem se dedicado a uma aprovação.
A Vetor Educação Complementar está trabalhando cada vez menos na preparação de concursos públicos, focando cada vez mais nos pré-vestibulares.
O proprietário Cristian Offeney acredita que o concurso não é mais uma grande opção de estabilidade como havia sido até o início da década, tanto por corte de investimentos governamentais quanto pela escassez de processos seletivos abertos.
Para Offeney, as pessoas estão começando a escolher cada vez mais que concursos vão prestar, em vez de se inscreverem em todos que aparecem.
“Quem faz concurso precisa estudar mesmo quando não há nenhum em aberto, exige muito mais motivação e disciplina que um vestibular, que tem inscrições abertas regularmente. E um concurseiro não tem tempo hábil para estudar só a partir da publicação do edital”, explica.
Há quatro anos no mercado, a Vetor viu seu maior movimento em relação aos concursos públicos em 2017, com a abertura das vagas no Corpo de Bombeiros de Brusque, em certame municipal. Em 2018, por outro lado, não houve procura de cursos preparatórios para concursos.
Junto com a queda na procura por concursos públicos houve um aumento na demanda por cursos pré-vestibulares.
“Principalmente agora com o curso de medicina da Unifebe e a abertura de mais vagas na UFSC no campus de Araranguá, há este contraponto. Também há uma procura pequena, mas crescente e que começou a aparecer agora, de alunos de escolas particulares que querem ingressar em universidades estrangeiras”, pontua.
O proprietário da Equilibrium, Sérgio Baumgartner, explica que a empresa passou a oferecer cursos preparatórios para concursos públicos em 2007, e que houve muita procura até 2015, quando os cortes começaram.
Os últimos foram oferecidos em 2016, e a Equilibrium paralisou suas atividades no nicho em 2017 para se voltar exclusivamente aos cursos profissionalizantes na áreas de saúde e estética, que já eram oferecidos desde a fundação da empresa.
“Em cidades como Florianópolis o pessoal tem mais uma cultura de concursos, ficam de olho nos federais. Esperamos que a situação melhore neste sentido aqui na região”, opina.
A advogada Carolina Duarte Alves de Faria não vê a quantidade de concursos na sua área diminuir.
Ela estuda desde 2015 para ser juíza, e se prepara para o concurso do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), de São Paulo e Mato Grosso do Sul. “No caso do Judiciário, tem sido estável. Não houve uma diminuição como houve no Executivo, ali é visível o corte, e isto acontece porque são orçamentos diferentes”, explica.
Nos três anos em que estuda para alcançar a realização profissional, Carolina não deixou de estudar em nenhum momento, apenas oscilou os ritmos.
“Houve épocas em que diminuí, e em outros tempos fui mais firme. Tem que estar estudando sempre, porque da data de uma abertura de edital até os dias de prova não há tempo o suficiente”.