Sine de Brusque tem problemas para encaminhar candidatos para vagas por exigência de escolaridade

Requisitos mínimos solicitados por empregadores estão impedindo que pessoas qualificadas para certas vagas consigam o trabalho

Sine de Brusque tem problemas para encaminhar candidatos para vagas por exigência de escolaridade

Requisitos mínimos solicitados por empregadores estão impedindo que pessoas qualificadas para certas vagas consigam o trabalho

Apesar de quase 300 oportunidades de emprego em aberto em Brusque, o Sistema Nacional de Empregos (Sine) encontra alguns obstáculos para que os empregadores e futuros funcionários consigam encontrar um denominador comum em algumas delas, devido a critérios exigidos em algumas dessas vagas.

Diretor do Sine, Fernando Castro relata que está tentando conscientizar as empresas sobre a exigência de ensino fundamental e/ou médio completo para algumas vagas. Segundo ele, por questões burocráticas e do sistema que o órgão utiliza, que é do governo federal, esse requisito mínimo está impedindo que, em alguns casos, pessoas qualificadas para certas vagas consigam o trabalho.

“Temos percebido que o problema principal é a formação básica, o Ensino Fundamental e Médio. Empresas colocam especificações do que ela deseja do candidato e, às vezes, está fora da realidade em relação à vaga e ao salário oferecidos. Temos uma vaga de caseiro que está para preencher, mesmo com vários candidatos, porque o empregador quer ensino fundamental completo. O Sine é apenas o intermediador. Então, mesmo que a pessoa tenha trabalhado a vida toda nisso, tenha experiência, não consegue o emprego”, expõe.

Fernando explica que, através das informações que o candidato cadastra na plataforma do Sine, o sistema realiza uma filtragem para verificar quais vagas combinam com esses dados apresentados. Além da escolaridade, outro requisito que o órgão identifica que está sendo solicitado sem necessidade é a habilitação para dirigir.

“A pessoa muitas vezes visualiza uma oportunidade, mas, quando vamos encaminhar as oportunidades para ela, a vaga não vem, porque falta algum requisito no sistema, mesmo que a gente queira. Várias vagas são específicas, mas a maioria não é”.

Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ademir José Jorge admite que a defasagem no ensino dos candidatos está represando as vagas na cidade.

“Qualquer empresa está pedindo ensino fundamental completo para atividades braçais. Queremos incentivar essa população a procurar o ensino de jovens e adultos. A partir do momento que a empresa solicita vaga ao Sine, preenche que quer um funcionários com ensino médio, por exemplo, não conseguimos fazer o encaminhamento. Se as empresas avaliassem melhor e preenchessem os critérios de forma diferente, poderíamos ter muito mais gente contratadas. Não estamos exigindo que façam isso, mas é uma sugestão”.

Para o diretor do Sine, é importante que os dois lados tenham parcimônia para que essas vagas em aberto sejam preenchidas. Por causa desse problema identificado, o órgão está orientando os empregadores para que usem do bom senso quando forem cadastrar as oportunidades de emprego.

“Fico chocado com algumas coisas. Recentemente, uma empregadora queria cadastrar uma vaga de empregada doméstica que precisava de Ensino Médio completo, carteira de motorista A e B e conhecimentos nutricionais, com o salário de R$ 1,5 mil. Essa vaga nunca seria preenchida”.

Fernando destaca ainda que muitas pessoas chegam na cidade em busca de trabalho e, por causa desses empecilhos na hora do encaminhamento das vagas, não conseguem emprego.

“As pessoas estão vindo com essa ilusão de que conseguiriam um emprego e chegam aqui despreparadas. Aí, acabam indo para trabalho informal, não vão ter os mesmos direitos e, no fim, sobrecarregam os programas sociais do município. É uma bola de neve”.

Capacitação

Para os jovens e adultos que queiram buscar a capacitação, Brusque tem duas opções: o EJA, que é municipal e inicia o ano letivo para alfabetização e ensino fundamental em julho, e o CEJA, para ensino fundamental e médio, que é estadual, e começa em agosto. Em ambos, o aluno completa uma série por semestre. Além disso, existem modalidades particulares disponíveis na cidade.

De acordo com a secretária de Educação, Eliani Busnardo Buemo, a rede oferece o ensino conforme a demanda se apresenta. Atualmente, o atendimento acontece no período noturno para facilitar o acesso.

As aulas de alfabetização acontecem no EEF Theodoro Becker, no Bateas, enquanto as de anos finais são realizadas no EEF Paquetá, EEF Poço Fundo e EEF Oscar Maluche, no Steffen. A equipe que atende esses estudantes é composta, no momento, por 14 profissionais.

“É uma oportunidade de qualificação para as pessoas, relacionadas diretamente ao mundo do trabalho. Cada vez mais o mercado de trabalho exige uma qualificação mínima, que encontram na EJA”, destaca Eliani.

As matrículas para o EJA podem ser feitas até 8 de julho, na Arena Multiuso. Mais informações no 47 3355-8254. Já o prazo para se matricular no Ceja, que fica na rua Adriano Schaeffer, 42, no Centro, vai até 15 de julho. Os telefones para contato são 47 3251-8192, 47 3251-8193, 3251-8243 e 3251-8244.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo acredita que os candidatos também poderiam demonstrar mais interesse em buscar a capacitação. “No mutirão do emprego, tínhamos o CEJA à disposição e muitos não tinham interesse em completar os estudos. Queremos que o cidadão busque conhecimento nessas instituições de ensino que são gratuitas. Quem ganha com isso é a cidade”.


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