Dirigentes do Brusque projetam fechar semestre com déficit de mais de R$ 1 milhão
Em contrapartida, foram apresentadas fórmulas de geração de receita por parte dos setores jurídico e de marketing
Em uma longa coletiva realizada no auditório da Arena Brusque, diretores do Brusque Futebol Clube abriram a caixa preta do quadricolor. Com receita quase que 50% menor do que a despesa mensal, o clube tem projeção de fechar o semestre com um déficit de R$ 1 milhão. A coletiva foi realizada na noite desta quinta-feira, 7.
Em contrapartida, setores do Bruscão buscam alternativas de receita. No departamento jurídico, há um constante monitoramento para que atletas que pertenceram a base do time possam trazer dinheiro ao clube formador, assim como foi com Jorginho, hoje no Chelsea.
No marketing também há projetos de fidelização de torcedor e geração de receita, como o plano Passe Livre, que inicia nesta sexta-feira, 8. “Enquanto os setores jurídico e financeiro equacionam as dívidas, meu objetivo, junto com o diretor Abrão Colzani, é o de criar formas de fazer o clube arrecadar, por isso teremos em breve uma loja com produtos oficiais do clube”, afirma Sandro Ortiz, coordenador de Marketing.
Esclarecendo informações
A coletiva foi realizada principalmente para esclarecer algumas informações, classificadas pela diretoria como mentirosas ou levianas, a respeito da forma como o clube é administrado, publicadas em redes sociais ou transmitidas por meio do boca a boca da comunidade.
O primeiro ponto levantado pelo presidente Danilo Rezini diz respeito a possíveis salários que os diretores estariam recebendo. “A diretoria não recebe nenhum salário. Pelo contrário, muitos aqui tiram do bolso para que seja possível fechar as contas do clube. Inclusive, por força de estatuto, os dirigentes não podem receber”.
Todos os dirigentes falaram sobre as situações do clube em geral, do financeiro até o departamento de futebol. Rogério Lana, diretor financeiro, explicou que a situação do Brusque é pior do que se imagina. “Se não existisse o futebol, mesmo assim o Brusque precisaria pagar de R$ 80 a R$ 90 mil mensais. São dívidas com fornecedores, credores, funcionários e dívidas que acumuladas pelo clube”.
“Em uma empresa, você pesa a razão e a emoção, e a razão sempre fala mais alto. No futebol, além da emoção tem a paixão. Nós fechamos janeiro com dívida de R$ 122.206. Isso é razão ou emoção? Isso é loucura”, Rogério Lana, diretor financeiro do Brusque Futebol Clube
Segundo Lana, o déficit provável que o clube deve chegar em junho deste ano é de R$ 1.007.000. “Em uma empresa, você pesa a razão e a emoção, e a razão sempre fala mais alto. No futebol, além da emoção tem a paixão. Nós fechamos janeiro com déficit de R$ 122.206. Isso é razão ou emoção? Isso é loucura”.
Conforme explica Rezini, o segundo semestre do Bruscão é nebuloso. Para ele, o clube chegou em um limite. “Chegou um ponto insustentável. Nós aqui, que não somos profissionais e temos outros atributos no dia a dia, já não damos mais conta, porque o time se tornou altamente competitivo, com calendário de competições o ano todo. Nós vamos fazer uma reunião com os patrocinadores e explicar que ou a receita aumenta significativamente, ou nós vamos dar um passo atrás”.
Estádio do Brusque
Conselheiro do clube, Marciano Giraldi comentou sobre a situação do estádio do Brusque, que deverá ser no terreno do Complexo Chico Wehmuth, no bairro Bateas. Ele explica que haverá uma reunião nesta sexta-feira, 8, entre clube e prefeitura para dar início a todos os trâmites que passam uma área de 70 mil m² para o nome do Brusque Futebol Clube.
Giraldi explicou que está tudo no início. “Hoje não temos muita coisa em mãos. Entregamos um ofício pedindo esta área para o estádio e mais dois campos auxiliares. Tem que haver um plano de trabalho. A partir desta reunião teremos um panorama melhor da situação”.