Disputa pela presidência acirra os ânimos na sessão da Câmara de Vereadores de Brusque
Penúltima sessão ordinária do ano marcou o fim da calmaria nesta legislatura
Penúltima sessão ordinária do ano marcou o fim da calmaria nesta legislatura
O clima esquentou nesta terça-feira, 11, durante a penúltima sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Brusque. O motivo é a disputa pela presidência do legislativo em 2019.
Na próxima terça-feira, 18, será realizada a eleição da Mesa Diretora e no que depender desta semana, o pleito será movimentado e pode acabar com a calmaria que tem marcado esta legislatura.
A guerra pela presidência começou há algum tempo. Inicialmente, estava acordado para que Paulo Sestrem (PRP) ocupasse o cargo em 2019. O acordo foi realizado ainda em 2016, antes desta legislatura assumir.
Nove vereadores – que se intulavam oposição ao governo de Jonas Paegle (PSB) – se reuniram e acordaram um rodízio na presidência. No primeiro ano, ocuparia o cargo Jean Pirola (PP), no segundo, Celso Emydio (DEM), no terceiro ano, Sestrem e no último, Sebastião Lima (PSDB).
O acordo foi cumprido até este ano. Nos bastidores já se ventilava, entretanto, que seria difícil manter o acordado, o que se evidenciou na sessão desta terça-feira.
Leonardo Schmitz (DEM), Claudemir Duarte (PT) e Sebastião Lima (PSDB), já no início da sessão, falaram sobre a eleição da mesa, do acordo realizado em 2016, e que manterão sua palavra, votando em Sestrem na próxima semana.
“Esses nove vereadores tem um acordo e tudo que foi conversado lá em 2016 é transparente. Tenho orgulho da forma com que foi conduzido”, diz Lima.
Paulo Sestrem usou a palavra em seguida. Ele agradeceu o pronunciamento dos vereadores e, mais uma vez, lembrou o acordo feito em 2016.
“Quero reafirmar que o acordo não é só de homens públicos, mas de pais de família, que têm uma palavra a zelar e reafirmar o cumprimento desta palavra”.
O vereador Ivan Martins (PSD) se mostrou um dos mais incomodados com a pressão para o cumprimento do acordo. Segundo ele, esta é a primeira vez que isso acontece na Câmara.
“Esta pressão explícita, de intimidar vereadores, é deselegante e ainda querem dizer que querem fazer política diferente”.
Martins também criticou a postura do vereador Sebastião Lima na Câmara. “O senhor fica dizendo que veio pra fazer nova política, uma política diferente, mas quero dizer que nestes dois anos o senhor deixou a desejar. Não mostrou a que veio na Câmara. Continua tudo igual”.
“Negociações para eleição de Mesa Diretora do Legislativo são naturais. O que foi acordado lá, o senhor [Lima] não diz, porque não interessa dizer”, dispara.
O vereador Jean Pirola (PP), que integrava o grupo que fez o acordo, justificou sua mudança de posição. Ele diz que na época, o acordo contemplava também a eleição de 2018 para deputado estadual e federal.
“Se tem uma coisa que não tenho medo é de pressão. A política é assim, as pessoas não cumprem com o que se comprometem. Fizemos o acordo e me senti desprestigiado. Tínhamos uma conversa sobre as eleições de 2018, de que não teríamos candidato e não foi isso que aconteceu”.
“Nesta semana, o PP fez uma reunião e colocou em ata que quem faz parte da base do governo atual vai votar no candidato que o governo indicar. Meu voto será conforme o partido”.
O vereador Marcos Deichmann (Patri), entretanto, discorda de Pirola. Segundo ele, não houve a conversa sobre as eleições 2018 naquela época. “Não teve essa conversa, isso surgiu agora porque perdeu a eleição e está culpando os demais candidatos que atrapalharam sua eleição”.
O debate sobre o cumprimento ou não do acordo foi encerrado após um bate-boca entre Pirola e Deichmann, que precisou da intervenção do presidente Celso Emydio.