Disputa por associados entre sindicatos têxteis deve parar na Justiça

Sindmestre não reconhece assembleia que determinou manutenção de trabalhadores no Sintrafite

Disputa por associados entre sindicatos têxteis deve parar na Justiça

Sindmestre não reconhece assembleia que determinou manutenção de trabalhadores no Sintrafite

Após duas empresas têxteis de Brusque modificarem a nomenclatura dos cargos de funcionários, uma discussão foi criada entre dois sindicatos da área têxtil da cidade: o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis (Sintrafite) e o Sindicato dos Mestres e Contramestres (Sindmestre). Com a alteração, os trabalhadores que estavam no Sintrafite mudaram automaticamente para o Sindmestre

No último domingo, 21, em assembleia no Sintrafite, foi decidido que cerca de 70 funcionários que passaram por essa situação poderiam decidir se desassociar do Sindmestre e voltar ao Sintrafite.

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Neste caso, o pagamento sindical seria diretamente no balcão na secretaria do sindicato, como acontece com os aposentados. Segundo o presidente do Sintrafite, Anibal Boettger, a decisão de qual sindicato se associar será do trabalhador.

“Eles continuam fazendo a mesma função, apenas foi alterada a nomenclatura. Nós entendemos e defendemos esses associados”, explica.

De acordo com o presidente do Sindmestre, Valdírio Vanolli, a discussão teve início quando o Sintrafite chamou todos os trabalhadores da área têxtil para a assembleia no cartaz de divulgação, que inclusive englobaria os associados do Sindmestre.

“Entramos com uma medida cautelar tentando impedir”, conta. No entanto, Vanolli destaca que a intenção do Sintrafite ficou mais clara com o passar da semana.

“O juiz autorizou a assembleia e o que foi decidido lá será designado em ata, que eles têm que entregar até dia 26 para a Justiça do Trabalho. A nossa assessoria jurídica terá um prazo até 2 de agosto para se manifestar, e aí veremos o que vai acontecer”, explica Vanolli.

Entenda

O problema começou após uma indústria mudar o cargo de 50 funcionários e classificá-los como técnicos. A alteração impactou diretamente o Sintrafite, sindicato dos empregados “chão de fábrica”, que perdeu filiados ao Sindmestre, dos técnicos têxteis, pessoal de escritório e ocupantes de cargos de chefia.

Assim, com a nomenclatura alterada, automaticamente os funcionários foram transferidos do Sintrafite para o Sindmestre. Naquele momento, Boettger afirmou que um grupo desses trabalhadores procurou o Sintrafite para tentar continuar associados.

“Quando houve essa mudança esse grupo nos procurou, até porque fomos eleitos por esse associado. Fizemos a assembleia e foi aprovada a decisão”, explica.

Vanolli ressalta que os dois sindicatos não chegaram em um acordo. “Na realidade quem faz essa função, é a empresa, não é o sindicato. Não é o papel do sindicato ir lá dizer ‘esse é meu’ ou ‘esse é teu'”, explica.

Atrito

Para Boettger, ainda é necessário conversar com as empresas para que possam autorizar o desconto ao sindicato diretamente na folha de pagamento. A ação auxiliaria aos funcionários, que não precisariam ir até o balcão do sindicato para pagar a mensalidade.

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A princípio, o Sindmestre estava preocupado que a ação valeria para todos os trabalhadores, não somente aos que tiveram a nomenclatura de cargo modificada.

“É ruim para o movimento sindical, porque temos uma carta sindical e ela precisa ser respeitada. Se a pessoa faz a função de técnico ou de líder, ele tem que passar para o nosso sindicato, então a gente vai brigar em cima disso”, conta Vanolli.

 

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